Após a cena de embate na sessão da Comissão de Infraestrutura, nesta sexta-feira (27), a ministra do Meio Ambiente Marina Silva usou as redes sociais para se pronunciar. Em um post, ela alegou que deixou a sessão após as falas do senador Plínio Valério (PSDB), as quais ela classificou como uma ‘agressão’.
“Após mais uma agressão do senador Plínio Valério, lhe dei a opção de pedir desculpas, mas ele se negou. Por isso me retirei da sessão. Não posso aceitar ser agredida e não posso me calar quando atribuem a mim responsabilidades que não são minhas”, escreveu Marina.
Na ocasião, Plínio Valério afirmou que não respeitava Marina Silva como ministra. Neste momento, ela afirmou que deixaria a sessão.
Ver essa foto no Instagram
“Sou ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima e foi nesta condição que fui convidada a falar na Comissão de Infraestrutura do Senado. Ouvir de um senador que não me respeita como ministra, não me deu outra opção a não ser deixar a comissão”, diz um trecho da nota.
Ainda na nota, Marina Silva relembrou o episódio em que o senador do Amazonas afirmou que poderia ‘enforcá-la’. “Ainda mais porque essa agressão veio do mesmo senador que, na outra vez em que estive no Senado, também como convidada, disse que foi muito difícil para ele me ouvir durante seis horas e 10 minutos sem me enforcar. Hoje ele, novamente, veio me agredir”, disse.
A ministra ainda reforçou o tom crítico à proposta de flexibilização do licenciamento ambiental, afirmando que seria um ‘desmonte’.
“O licenciamento ambiental é uma conquista da sociedade brasileira e, neste momento, sinceramente, só o povo brasileiro pode evitar o desmonte que está sendo proposto. Quem vota a favor desse desmonte pode pensar que está agredindo uma pessoa, mas está agredindo um povo, o futuro de um povo”, destacou.
Após a repercussão, o senador Plínio Valério explicou que queria perguntar à ministra se ela mantinha o posicionamento de ser contra a retomada das obras da BR-319.
“Eu ia perguntar a ela o seguinte: Ia pegar a fala dela dizendo que as pessoas mudam e se ela tinha mudado. Na CPI das ONGs ela disse que não ia permitir a BR-319 para as pessoas passearem. Eu queria saber se ela mantinha essa opinião […]. Era isso que eu ia perguntar, mas ela fugiu de propósito, não deu”, afirmou o senador.
Leia mais: “Inimiga dos amazonenses”: Marina Silva é alvo de críticas na CMM por postura contra BR-319