O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), afirmou na sexta-feira (16) que as recentes mudanças no alto escalão do governo fazem parte de uma “renovação administrativa natural” e descartou qualquer relação com as críticas feitas por deputados estaduais na Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR). A declaração foi dada em entrevista ao G1, após a publicação de nove exonerações no Diário Oficial do Estado.
As trocas envolvem o presidente do Departamento de Trânsito (Detran), Antônio Diego Parente Aragão; o presidente da Junta Comercial (Jucerr), Vicente Ricarte Bezerra Neto; e o secretário de Agricultura, Kelton Oliveira Lopes, que havia assumido o cargo há apenas três dias.
Dilma é investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Grilagem por suposto envolvimento em esquema de ocupação ilegal de terras públicas no estado. Apesar da repercussão, Dilma foi nomeada pelo governador para um cargo de direção na Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh).
Durante a entrevista, Denarium saiu em defesa da secretária e negou qualquer irregularidade na indicação. Segundo ele, Dilma possui vasta experiência técnica e está apta para exercer a função.
“Quando há ataques excessivos, não podemos conviver com quem trabalha contra o estado. Esses ataques geram instabilidade política, dificultam a atração de novos investimentos”, disse o governador ao G1.
O governador também rebateu críticas de parlamentares, especialmente do deputado Jorge Everton (União), apontado por ele como o principal articulador das cobranças no Legislativo.
“Sempre trabalhei respeitando a independência dos poderes. Infelizmente, uma minoria liderada pelo deputado Jorge Everton tenta desconstruir o trabalho do governo. Quem ataca o governo, ataca o desenvolvimento do estado e quer voltar ao passado de caos, desemprego e salários atrasados”, disse o governador.
Em nota encaminhada ao G1 após as declarações do governador de Roraima, o deputado Jorge Everton negou articulações políticas com o governador Antonio Denarium, criticou a nomeação de Dilma Costa, investigada pela CPI da Grilagem, e classificou a escolha como “imoral”. Reforçou que seguirá cobrando transparência e que críticas são parte da democracia, não ataques.
*Com informações do G1
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