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segunda-feira, abril 28, 2025

Governo do Acre quer gastar R$ 2 milhões para compra de equipamento agrícola

O contrato foi realizado por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri)

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O Governo do Estado do Acre, na gestão do governador Gladson Camelli (PP), quer gastar cerca de R$ 2 milhões para compra de equipamento utilizado na agricultura e alimentos, o espectrofotômetro portátil de infravermelho-próximo (Near Infra Red – NIR).

O contrato nº 022/2025 foi assinado no dia 15 de abril de 2025 pelo secretário de Estado de Agricultura (Seagri), José Luís Schafer, mais conhecido como Tchê, que atualmente também é estadual do PDT. O documento também é assinado por Viviani Nascimento Godeguez Vasconcelos, da empresa Viveri Engenharia de Alimentos, Comércio, Consultoria e Treinamento Ltda, contratada para o serviço.

Veja também: Sem detalhamento público, FUNDHACRE contrata serviço de vigilância por R$ 5,1 milhões

Publicado no Diário Oficial do Acre, o contrato tem vigência até o fim do exercício financeiro de 2025, em 31 de dezembro, podendo ser prorrogada. A publicação, por outro lado, não esclarece quantos espectrofotômetros devem ser adquiridos pelo governo do Acre.

Mesmo considerando modelos sofisticados, o valor total contratado supera em muito o preço médio praticado por unidade no setor privado, conforme uma pesquisa feita pelo portal O Convergente. Em uma busca simples nas internet, é possível identificar que os valores de um item não passam de R$ 200 mil.

No site da Aliexpress, a reportagem encontrou o equipamento semelhando pelo valor de R$127.995,84. Em outras plataformas, o mesmo material, com qualidade inferior, chega a custar cerca de R$ 8 mil.

O governo do Acre, contudo, justifica o investimento como parte do programa de fortalecimento da agropecuária no estado, de acordo com o extrato do contrato.

O equipamento

O espectrofotômetro NIR é conhecido na ala da pesquisa por permitir análises rápidas e precisas da composição de produtos agrícolas, contribuindo para o aumento da eficiência na produção rural.

O instrumento monitora a temperatura e a umidade ambientais em tempo real e as armazena no arquivo de espectro, o que é conveniente para os usuários consultarem e otimizarem as condições de medição.

A empresa

Localizada no município de Santo André, em São Paulo, a Vivevi Engenharia é uma empresa fundada em 2009 que tem como atividade econômica principal serviços de engenharia, segundo as informações do site da Receita Federal.

O empreendimento também tem outras dez atividades econômicas secundárias, entre elas, aluguel de máquinas e equipamentos comerciais e industriais; comércio varejista de livros; atividades de consultoria em gestão empresarial, entre outras.

Ainda de acordo com a Receita Federal, a Viveri tem R$ 110 de capital social e a empresária Viviani Nascimento como sócio-administradora.

Pouca transparência

Não é a primeira vez que a reportagem publica matéria sobre o governo do Acre, em que relata pouca transparência em contratos públicos. No último 18 de abril, O Convergente mostrou que a realização de um contrato milionário, com vigência de apenas um ano, para prestação de serviços de vigilância na Fundação Hospital Estadual do Acre.

Veja também: Governo do Acre deve gastar quase R$ 10 milhões em insumos hospitalares, sem detalhar as unidades que receberão os itens 

Além do curto prazo de duração e a falta de detalhamento público, chamou a atenção o valor elevado que será pago com recursos públicos, conforme publicação do Diário Oficial do Estado do Acre, edição de 16 de abril.

Veja também: MPF recomenda que municípios do Acre garantam transparência dos recursos do Fundeb

Em dezembro do ano passado, a gestão de Gladson Cameli também formalizou um contrato de quase R$ 10 milhões para aquisição de insumos hospitalares, sem detalhar as unidades que receberão os itens, conforme publicou O Convergente.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com o Governo do Acre para solicitar um posicionamentos sobre o contrato com a Viveri e esclarecimentos sobre a quantidade de equipamentos a serem adquiridos. O Convergente também buscou a empresa para manifestação. Até a publicação, sem retorno.

Veja o contrato na íntegra:

Por: Bruno Pacheco
Ilustração: Marcus Reis
Revisão Jurídica: Letícia Barbosa

 

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