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sábado, março 29, 2025

Feirante denuncia tentativa de remoção de banca após apoiar adversário de David Almeida no 2º turno

Até o momento, a Prefeitura de Manaus não se pronunciou sobre o caso

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Uma permissionária da Feira da Banana, no Centro de Manaus, foi vítima de uma tentativa de expulsão do próprio local de trabalho por agentes da Prefeitura de Manaus, nessa terça-feira (25). Vereadores alegam que a motivação da ação contra a permissionária seria devido a ‘perseguição política’.

A tentativa dos agentes foi acompanhada e relatada pelos vereadores Coronel Rosses e do Sargento Salazar, ambos do PL, que conseguiram impedir a ação dos servidores da gestão do prefeito David Almeida (Avante).

Conforme foi relatado, os agentes justificaram a remoção por supostas ‘irregularidades’ no box da permissionária, que trabalha no local há 30 anos. De acordo com os agentes, o box teria sido vendido, o que foi negado pela comerciante.

Nas redes sociais, a feirante vítima da ação dos agentes da prefeitura alegou que estaria sofrendo ‘perseguição política’ por ter apoiado o deputado Alberto Neto (PL) no segundo turno das eleições municipais 2024, quando disputava o pleito com o prefeito David Almeida.

“O que estamos sofrendo aqui é perseguição política, só porque votamos no Capitão Alberto Neto. Essa banca era do meu marido que trabalhou mais de 20 anos na feira, e estão tomando dizendo que a banca foi vendida, mas eu não assinei nenhum papel. […] Estão aqui para tomar o único bem que foi deixado pelo meu esposo, eu quero justiça e que a banca continue aqui porque é a única fonte de renda que temos”, relatou a feirante.

Nas redes sociais, o deputado federal Capitão Alberto Neto repudiou a ação de agentes da Prefeitura de Manaus. Em publicação, o parlamentar classificou a ação como uma “vingança”.

“Cadê a gestão para o povo? Feirantes estão sendo impedidos de trabalhar simplesmente por não terem apoiado o grupo político da prefeitura. Isso não é gestão, é vingança!”, escreveu o deputado.

Ação contra comerciantes

No início de fevereiro, foi flagrada uma ação de agentes da prefeitura contra uma comerciante imigrante no Centro de Manaus, que teve as mercadorias jogadas.

Após as imagens causarem revolta nas redes sociais. Na época, a Prefeitura de Manaus emitiu uma nota onde afirmou que a situação ocorreu devido as pessoas que “insistiram em ficar irregulares”.

Segundo a prefeitura, os comerciantes que trabalham no Centro da capital teriam sido avisados de que a insistência em trabalhar na região levaria à apreensão das mercadorias.

Na Câmara Municipal de Manaus (CMM), os vereadores pediram a responsabilização dos agentes que atuaram na ação contra a comerciante.

“Queremos saber quais foram as ações que a prefeitura de Manaus tomou com aqueles funcionários […]. Foi uma vergonha, falta de educação e respeito. Truculentos, esculachando uma senhora! […] O que mais me deixou perplexo foi o silêncio de muitos vereadores dessa Casa, que sequer comentaram sobre o caso. Estão tão cegos em defender o indefensável!”, questionou o vereador Capitão Carpê (PL) na época.

O prefeito David Almeida chegou a falar com a imprensa sobre o caso. Na época, o prefeito comentou que a abordagem dos agentes foi incorreta, mas destacou que as ações fazem parte do procedimento de ordenamento da cidade.

Outro lado

Com a repercussão do caso, O Convergente entrou em contato com a Prefeitura de Manaus em busca de um posicionamento sobre o caso. Confira a nota na íntegra:

“A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal (Semacc), esclarece que o  boxe lote n° 14, localizado no setor Galpão Central da Feira Municipal da Banana, apresentava irregularidades, conforme constatado via processo administrativo de fiscalização.

Devido ao uso irregular do espaço público, foi revogada a permissão de uso nesta terça-feira, 25. A decisão foi tomada após uma denúncia recebida em dezembro de 2024, que resultou em investigação e posterior confirmação de que o boxe não estava sendo utilizado para a venda direta pela permissionária, mas sim gerenciado e administrado por um terceiro, que realizava negociações de compra e venda das mercadorias do lote por meio de sua empresa, além de efetuar pagamentos mensais à permissionária. Tal prática caracteriza locação, o que é vedado pela Lei 123/2004, que trata da organização, da administração das feiras e mercados.

Diante da infração, a penalidade foi aplicada após a devida instrução do processo legal, garantindo o direito à ampla defesa. Diante da não desocupação voluntária dentro do prazo estabelecido, a desocupação foi realizada diretamente pela secretaria.

É importante destacar que a Semacc também atua com poder fiscalizador e que denúncias de irregularidades em feiras e mercados podem ser realizadas no DISQUE DENÚNCIA (92) 3663-8488 e protocoladas na pasta.  

A prefeitura informa também que ainda não foi notificada sobre a liminar determinando a suspensão do ato administrativo e, assim que feito, todas as informações e esclarecimentos serão prestados, por meio da Procuradoria-Geral do Município (PGM).”

Leia mais: TCE abre investigação contra David Almeida após denúncia sobre irregularidades na prefeitura

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