Durante manifestação bolsonarista realizada nesse domingo, 16, na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou que o ato é um passo importante para “derrotar o alexandrismo”.
“A gente está sendo bombardeado, a todo tempo, com medidas autoritárias, ditadura, e não tenho dúvida de que isso está sendo um passo importante para começarmos a derrotar o alexandrismo, que é o que ele está fazendo. Algo inimaginável que um ministro da Suprema Corte fosse rasgar a Constituição desse jeito, inventar seu próprio código penal e condenar as pessoas injustamente por vingança”, declarou o filho 01 do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O senador também atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que o petista, que foi um dos alvos dos manifestantes desse domingo, “enganou algumas poucas pessoas”, sem apresentar maiores detalhes.
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Alexandrismo
O “alexandrismo” foi uma corrente de interpretação da filosofia de Aristóteles que surgiu na Idade Média, especialmente entre os filósofos árabes e latinos que estudavam os textos aristotélicos preservados em Alexandria, no Egito. Ela se baseava nos comentários de Alexandre de Afrodísias (século II d.C.) e defendia a ideia de que a alma intelectual não é imortal.
Por outro lado, o termo usado por Flávio Bolsonaro na manifestação no Rio de Janeiro foi empregado como uma crítica direta ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, não tendo relação direta com a tradição filosófica.
Na fala do senador, ele tece críticas a Alexandre Moraes e sugere que o ministro age de maneira autoritária e vingativa ao tomar decisões judiciais contra bolsonaristas envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e outras investigações.
Ato reúne bolsonaristas
A manifestação em Copacabana reuniu Bolsonaro e diversas autoridades ligadas ao ex-presidente, incluindo governadores, deputados federais e senadores, e teve como uma de suas principais pautas o pedido de anistia para os envolvidos nos ataques do 8 de janeiro de 2023.
O movimento desse domingo ocorreu em um momento de tensão para o bolsonarismo, já que nos dias 25 e 26 de março deste ano, a Primeira Turma do STF deve julgar se aceita ou não a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra 34 pessoas, incluindo Bolsonaro, por uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Bolsonaro é acusado de incentivar e articular atos contra os Três Poderes e o Estado Democrático de Direito. O STF já condenou 476 pessoas pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do próprio STF foram invadidas e depredadas por bolsonaristas inconformados com a vitória de Lula.