A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal do Brasil, deflagrou, nesta terça-feira (11), a Operação Dissimulo, que investiga um grupo suspeito de fraudar licitações na terceirização de serviços com o governo federal. A ação ocorre no Distrito Federal, onde estão sendo cumpridos 26 mandados de busca e apreensão.
O principal alvo da operação é a empresa R7 Facilities – Manutenção e Serviços LTDA, que entrou no radar da CGU em 2024, após indícios de irregularidades na gestão contratual da manutenção da Penitenciária Federal de Mossoró (RN).
De acordo com a PF, as investigações apontam que um grupo de empresas interligadas por vínculos societários, familiares e trabalhistas teria manipulado concorrências públicas. Para isso, utilizavam declarações falsas e se beneficiavam indevidamente de incentivos fiscais, garantindo vantagem sobre outros concorrentes.
Outro aspecto identificado pela investigação é o uso de “laranjas” como sócios formais para ocultar os verdadeiros proprietários das empresas envolvidas. Esse mecanismo dificultava a fiscalização e ampliava a atuação do esquema ilícito.
Atualmente, a R7 Facilities possui dezenas de contratos vigentes com órgãos da Administração Pública. Na última semana, a empresa teve um contrato de R$ 321 milhões desclassificado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. O serviço envolvia a prestação de serviços em 12 ministérios da Esplanada, em Brasília.
Os crimes apurados incluem frustração do caráter competitivo de licitação, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e estelionato contra a Administração Pública. As investigações seguem em andamento, e a PF não descarta novas fases da Operação Dissimulo.