Após implementar políticas rigorosas de deportação de imigrantes, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs nessa terça-feira, 4, uma abordagem controversa para a Faixa de Gaza. Em reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Trump sugeriu que os EUA assumam o controle da região, promovam sua reestruturação e realoquem permanentemente os palestinos do local.
Trump argumenta que a Faixa de Gaza é um território perigoso e devastado, e que os palestinos poderiam ser reassentados em países como Jordânia ou Egito. Embora essas nações tenham inicialmente rejeitado a proposta, o presidente americano acredita que elas eventualmente aceitarão os refugiados palestinos.
“Os Estados Unidos vão assumir o controle da Faixa de Gaza, e faremos um grande trabalho lá. Será nossa responsabilidade desmontar todas as bombas não detonadas, nivelar o solo, nos livrar dos edifícios destruídos e terraplanar a área para impulsionar o desenvolvimento econômico que gerará uma quantidade ilimitada de empregos e moradias para a população”, disse Trump em declaração na Casa Branca, em Washington, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
A proposta de Trump desafia a solução tradicional de dois Estados para o conflito israelo-palestino e tem sido amplamente criticada por ser irrealista e potencialmente desestabilizadora. Especialistas alertam que essa abordagem pode intensificar as tensões na região e não aborda as complexas raízes políticas do conflito.
Além disso, o plano econômico de Trump para o Oriente Médio inclui um investimento de US$ 50 bilhões em infraestrutura, comércio e turismo nos territórios palestinos, com o objetivo de impulsionar a economia local.
Países como o Brasil, Rússia, europeus, árabes e até a ONU condenaram o plano de Trump de expulsar palestinos e assumir controle de Gaza.
O presidente Lula afirmou que a afirmação de Trump “não faz sentido” e “quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, pontuou que a Rússia acredita que um acordo no Oriente Médio só é possível com base na solução de dois Estados.
O grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, também se posicionou e rejeitou a proposta de Trump, chamando o ato de “racista”.