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sábado, janeiro 11, 2025

Prefeituras do AM decretam emergência financeira por falhas na transição de governo

Municípios alegam que os gestores que deixaram os mandatos de prefeito não forneceram dados para correta transição administrativa

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Ao menos quatro prefeituras do Amazonas decretaram, nesta semana, situação de emergência financeira e administrativa por falhas e fornecimento de informações na transição de governo das gestões anteriores para as atuais. As cidades chegam a alegar “total desconhecimento da situação patrimonial do ente municipal”, sem qualquer informação sobre contratos fechados pelos ex-prefeitos.

Os decretos foram publicados no Diário Oficial dos Municípios do Amazonas (DOM-AM). Na edição da última terça-feira, 7, em Anamã (a 162 quilômetros de Manaus), a prefeita eleita Kátia Dantas (MDB) decretou a medida afirmando que recebeu a prefeitura com graves problemas herdados da gestão anterior, comandada por Chico do Belo (PSC).

(Fonte: Diário Oficial dos Municípios do Amazonas)

Nas redes sociais, a gestora publicou um vídeo em que revela a situação precária e de abandono da sede do Executivo municipal. Segundo a prefeita, mesmo com a transição de governo, não houve fornecimento de documentos considerados essenciais para continuação ou prestação de serviços públicos e falta de apresentação de inventário dos bens da prefeitura.

“A situação precária em que foram encontrados os prédios públicos, inclusive, o prédio da prefeitura, que não oferecem a mínima estrutura necessária para que seja desenvolvidas atividades laborativas”, explicou a gestora, na publicação.

Amaturá

Em Amaturá (a 908 quilômetros de Manaus), a prefeita eleita Maria de Nazaré da Silva Rocha (MDB) declarou situação de emergência administrativa e financeira, também, devido ao estado precário em que a nova gestão recebeu a prefeitura. O decreto foi publicado na edição desta sexta-feira, 10, no DOM-AM, mas assinado com data de 2 de janeiro deste ano.

(Fonte: Diário Oficial dos Municípios do Amazonas)

Segundo o documento, não houve uma transição administrativa a entre a administração anterior e a atual. A prefeitura de Nazaré Rocha destaca ainda que não houve entrega de documentos essenciais, como previstos pela Resolução nº 11/2016 do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas; o fornecimento de informações detalhadas sobre as situações orçamentária, financeira, patrimonial e administrativa, comprometendo o planejamento inicial da nova administração; além de dados sobre contratos.

Em Amaturá, Nazaré Rocha foi eleita no pleito de 6 de outubro de 2024 com 58,69% dos votos válidos, derrotando o então prefeito Zezinho Eufrásio (UB), que obteve apenas 34,94% dos votos válidos.

Boca do Acre

A Prefeitura de Boca do Acre (a 1,026.73 quilômetros de Manaus), no Amazonas, também declarou estado de emergência financeira e administrativa por conta de falhas na transição de governo. O município era administrado pelo agora ex-prefeito Zeca Cruz, que não disputou o pleito do ano passado.

(Fonte: Diário Oficial dos Municípios do Amazonas)

O decreto, assinado pelo prefeito Frank Sobreira Barros (MDB), aponta a falta de informações sobre contratos vigentes para a prestação de serviços contínuos essenciais, como limpeza pública, fornecimento de materiais hospitalares, expediente e manutenção de infraestrutura. A medida tem o prazo de 90 dias, que poderá ser prorrogado, caso a situação emergencial persista.

Borba

Em Borba (a 142 quilômetros de Manaus), o prefeito Raimundo Santana de Freitas, o Toco Santana (Republicanos) recém-empossado na prefeitura, também decretou nesta semana situação de emergência administrativa e financeira no município, em resposta às irregularidades e dificuldades identificadas durante o processo de transição de governo. O decreto foi publicado na edição de segunda-feira, 6, no DOM-AM.

(Fonte: Diário Oficial dos Municípios do Amazonas)

No município, Toco Santana foi eleito prefeito nas eleições de 6 de outubro de 2024, com 54,81% dos votos válidos, derrotando Nildo Colares (Mobiliza), que obteve 37,51% dos votos válidos.

Segundo Santana, durante a transição de governo, a gestão anterior, comandada pelo ex-prefeito Simão Peixoto (PP) não entregou documentos essenciais, descumprindo determinações legais e judiciais. O decreto de emergência também vale por 90 dias, prorrogáveis por mais 90, caso necessário.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com os ex-prefeitos, por meio das redes sociais dos políticos, para comentar sobre a transição de governo e a falta de informações durante a troca de gestão. Até a publicação, sem retorno.

Veja os decretos na íntegra:

Decreto de Anamã:

Decreto de Amaturá:

Amaturá

Decreto de Boca do Acre

Boca do Acre

Decreto de Borba:

Borba

 

Por: Bruno Pacheco
Ilustração: Marcus Reis
Revisão Jurídica: Letícia Barbosa

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