Nesta quinta-feira, 9, milhares de venezuelanos saíram às ruas de Caracas e outras cidades para protestar contra a posse do presidente reeleito Nicolás Maduro, prevista para amanhã, 10 de janeiro. As manifestações, lideradas por figuras da oposição como María Corina Machado, ocorrem em um clima de alta tensão política e forte presença das forças de segurança.
Os protestos foram convocados após alegações de fraude nas eleições presidenciais de julho de 2024, nas quais tanto Maduro quanto o candidato opositor, Edmundo González, reivindicaram vitória.
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A oposição acusa o governo atual de manipular os resultados e de reprimir vozes dissidentes. María Corina Machado, uma das líderes da oposição que esteve vivendo na clandestinidade nos últimos meses, foi quem convocou a população para as manifestações.
Em resposta, o governo de Maduro mobilizou forças de segurança em todo o país, incluindo a capital, Caracas, para conter os protestos. Relatos indicam que a polícia de choque foi posicionada em pontos estratégicos para dispersar os manifestantes. Além disso, o governo convocou seus próprios apoiadores para irem às ruas, aumentando o risco de confrontos entre grupos pró e contra Maduro.
Eleições
As eleições presidenciais na Venezuela, realizadas em 28 de julho de 2024, resultaram na declaração de vitória do presidente Nicolás Maduro pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com 51,2% dos votos.
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A oposição, liderada por Edmundo González, contestou os resultados do pleito, alegando fraude eleitoral e apresentando atas que indicariam sua vitória. A controvérsia gerou tensões políticas significativas no país, com manifestações de ambos os lados e uma crescente pressão internacional por transparência no processo eleitoral.
Em meio a esse cenário, o Supremo Tribunal da Venezuela confirmou a vitória de Maduro, apesar das alegações de irregularidades. A comunidade internacional também acompanha de perto os desdobramentos na Venezuela.
Países como os Estados Unidos já reconheceram Edmundo González como presidente eleito e legítimo, enquanto outros mantêm cautela diante da crise política. O presidente Joe Biden reiterou a necessidade de uma transição pacífica de poder no país sul-americano.
Posse
A cerimônia de posse de Nicolás Maduro acontece nesta sexta-feira, 10, na Venezuela. No Brasil, o governo brasileiro foi convidado, junto com entidades como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), conhecido pelo apoio ao regime chavista, especialmente, durante o governo de Hugo Chávez (1999-2013), antecessor de Maduro.
Embora haja expectativas para participação de Lula na posse de Maduro, em virtude da histórica aliança entre os dois presidentes, fontes diplomáticas já afirmam que o petista não deve comparecer, mesmo com o convite formal já feito pelo governo venezuelano ao corpo diplomático brasileiro.