Em mais um ano, a população usou as redes sociais para reclamar sobre a busca por vagas nas creches municipais de Manaus. Sob a gestão do prefeito David Almeida, a Prefeitura de Manaus já foi alvo de críticas sobre as vagas em creches e no segundo mandato, o assunto voltou à tona em meio ao período de matrículas nas redes públicas de ensino da capital amazonense.
Neste ano, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que estarão à disposição da população 10.498 vagas, sendo 7.588 vagas novas, distribuídas nas turmas do Maternal 1, 2 e 3, em 27 creches espalhadas pelas zonas de Manaus.
Para concorrer a uma dessas vagas, os pais ou responsáveis devem fazer uma inscrição por meio de um site e, após isso, a solicitação pela vaga será analisada por um processo de caráter classificatório.
As inscrições abriram na última segunda-feira (6) e encerram na quinta-feira (9). Mesmo com a praticidade de buscar uma vaga sem sair de casa, a população tem relatado que não tem conseguido realizar as inscrições por meio do site disponibilizado pela Semed.
Nas redes sociais, os pais e responsáveis dos possíveis futuros alunos das creches de Manaus relataram que o site de inscrição para a seleção das vagas apresentou instabilidade.
Entre os problemas relatados pelos usuários na própria página da Semed [consultada em 08.01.2025 às 12h] consta o próprio cadastro do site. Em alguns casos, a população relatou que na hora de realizar o cadastro, consta que o mesmo já possui um perfil, mas alegam que não fizeram o cadastro no sistema. “Não consigo fazer minha inscrição, diz que meu CPF está cadastrado sendo que não cadastrei”, escreveu uma internauta.
Outro problema foi a instabilidade no preenchimento de informações, como o CEP. “Não estou conseguindo finalizar o cadastro do meu filho, CEP maior que 8. Já revisei mas não vai”, escreveu uma internauta.
Além disso, usuários também relataram problemas com o servidor, o qual não estava carregando. “Servidor não responde tente mais tarde. Se for desse jeito as vagas vão acabar”, disse uma usuária.
Com os diversos relatos sobre a instabilidade no sistema da Semed, também houveram reclamações referente ao modo como a pasta disponibilizou o cadastro para as vagas. Uma usuária relatou que já é o segundo ano tentando buscar uma vaga em uma creche da Prefeitura de Manaus, mas não consegue.
“Só tem que ser justo esse ano, porque todo ano mãe que nem trabalha está tendo direito. Eu e minha esposa trabalhamos e já dois anos seguidos que não conseguimos, então que seja mais seletivo esse controle de escolhas das famílias que tem direito”, afirmou.
Outra usuária criticou o servidor disponibilizado pela Semed e afirmou que a pasta ‘brinca’ com os pais que tentam uma vaga para os filhos em creches municipais.
“Não tá dando p inscrever. 00:01 aparentemente estava disponível a página mais aí qnd você preenche o bairro e se é maternal 1, 2 ou 3 o tal de servidor não responde, isso é muita sacanagem. É brincar com a cara da mãe do pai que está no sonho de um vaga”, afirmou.
Sorteio de vagas
Em 2023, as vagas distribuídas pela Semed para as creches municipais foram alvos de autoridades. Isso porque a pasta fez um ‘sorteio’ para definir as vagas nas unidades de ensino.
A ação inicial foi proposta pela Defensoria Pública Especializada em Interesses Coletivos (DPEIC), que recebeu denúncias e reclamações quanto à realização exclusivamente pela internet da inscrição para participação de sorteio aleatório das vagas disponibilizadas para o ano letivo de 2023, sem que houvesse postos presenciais para inscrição.
Após a repercussão negativa, a Secretaria Municipal de Educação chegou a suspender realização do sorteio, mas acabou por realizá-lo.
Na época, a prefeitura defendeu a legalidade do sorteio, que teria amparo em uma recomendação do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), além de ter gerado legítima expectativa às famílias sorteadas. A prefeitura alegou também possível prejuízo às famílias que aguardavam o início do ano letivo 2023 e que a adoção de novos critérios precisaria de um estudo específico.
Outro lado
Com os relatos feitos na própria página da pasta, O Convergente buscou um posicionamento da Secretaria Municipal de Educação a respeito da instabilidade no site e se já houve um reparo para solucionar o problema.
Até a publicação da matéria, não houve retorno da pasta. O espaço segue aberto.
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