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quarta-feira, dezembro 11, 2024

Ditador Sírio, Bashar Al-Assad, recebeu de Lula a maior honraria brasileira

Honraria foi concedida em 2010, na segunda gestão de Luiz Inácio Lula da Silva

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O ditador derrubado da Síria por rebeldes, Bashar Al-Assad já recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a maior condecoração diplomática brasileira, o Grande-Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, concedido em 2010, na segunda gestão do petista.

Criada em 1822 por Dom Pedro I e reformulada em 1932, a honraria é destinada para homenagear personalidades estrangeiras que tenham prestado serviços relevantes ao Brasil ou que tenham se destacada em ações que promovam as relações entre seus países e o Brasil.

Veja também: ONU cita ‘esperança cautelosa’ após queda de Assad na Síria

Na época em que recebeu o título do governo do Brasil, o presidente da Síria Bashar Al-Assad estava em viagem por diversos países da América Latina em busca de apoios políticos em meio aos protestos contra o seu regime instalado no país sírio.

Somente em 2018, o deputado federal Sóstenes Cavalcante, então DEM, atualmente PL, apresentou um projeto de decreto legislativo (PDC) para revogar o título entregue por Lula ao sírio, com a justificativa de que Bashar Al-Assad não é digno da homenagem brasileira, “uma vez que este é figura reconhecida internacionalmente como tirano e criminoso de guerra, já na ocasião em que lhe foi concedida a honraria”.

Vale lembrar que Bashar Al-Assad vem de uma família que estava há cerca de 50 anos no poder da Síria, estando à frente da presidência desde 17 de julho de 2000. Bashar herdou o comando do País de seu pai, Hafez al-Assad, que esteve governando de 1971 até sua morte em 2000. Além disso, ele é membro do Partido Baath, que há décadas domina a política do país.

História

Bashar nasceu em 11 de setembro de 1965, em Damasco, capital da Síria. Ele inicialmente não era o sucessor planejado para liderar o país, já que seu irmão mais velho, Bassel al-Assad, era preparado para essa função. No entanto, Bassel morreu em um acidente de carro em 1994, levando Bashar, que na época era oftalmologista e vivia no Reino Unido, a retornar à Síria e assumir um papel político.

Após a morte de seu pai, Bashar foi rapidamente preparado para assumir a liderança. Sua ascensão foi facilitada por mudanças na Constituição para adequar a idade mínima para a presidência ao seu perfil.

O Regime e o Conflito na Síria

Bashar al-Assad começou seu mandato com promessas de reformas políticas e econômicas, mas essas esperanças rapidamente diminuíram diante de sua centralização de poder e repressão. A crise em seu governo escalou em 2011, com o início da Guerra Civil Síria, desencadeada por protestos pacíficos contra o regime como parte da Primavera Árabe. A resposta violenta de seu governo aos manifestantes provocou um conflito interno devastador.

A guerra se tornou uma das mais complexas do século XXI, envolvendo grupos rebeldes, organizações terroristas como o Estado Islâmico, e intervenções de potências internacionais, incluindo a Rússia e os Estados Unidos. O governo de Assad foi acusado de crimes de guerra, incluindo o uso de armas químicas contra civis, algo que ele e seus aliados negam.

O regime de Assad contou com o forte apoio da Rússia, para onde ele fugiu e está exilado, após o rebeldes tomarem o poder na Síria em meio a ataques contra Estado Islâmico nesse domingo, 8, segundo a mídia internacional.

 

Por: Bruno Pacheco
Ilustração: Marcus Reis
Foto: Ricardo Stuckert/PR

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