O Grupo Atem foi alvo de uma denúncia nesta quarta-feira (4), durante a sessão plenária da Câmara Municipal de Manaus (CMM). De acordo com o vereador Sassá da Construção Civil (PT), a empresa não estaria oferecendo boas condições de trabalho para os trabalhadores terceirizados, o que classificou como ‘trabalho escravo’.
Durante o seu discurso na CMM, o parlamentar alegou que o Grupo Atem tem maltratado os trabalhadores da empresa, que sofrem acidentes de trabalho, mas que não recebem a ajuda necessária nesses casos.
“O Grupo Atem está maltratando os trabalhadores terceirizados, trabalhadores tendo acidente lá dentro, três, quatro, trabalhadores pegando fogo no pobre dos trabalhadores”, disse.
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Ainda segundo o vereador Sassá, a fiscalização não aponta as supostas irregularidades para que medidas sejam tomadas, uma vez que o Grupo Atem, supostamente, impede que a fiscalização adentre no local.
“O Grupo Atem terceiriza as empresas e não tem fiscalização. Quando a fiscalização vai lá, eles não fazem entrar. A nossa gasolina é a mais cara do Brasil”, alegou.
No final do discurso, o vereador ainda pediu para que o Ministério Público do Amazonas (MPAM) verifique sobre as condições de trabalho dos terceirizados que prestam serviços à empresa.
Além disso, Sassá também listou outros problemas que, supostamente, estariam sendo enfrentados pelos trabalhadores, como falta de amparo e falta de pagamento previstos pelas leis trabalhistas.
“O Ministério Público deve fiscalizar o Grupo Atem sobre o porque a gasolina fica mais cara no nosso estado, porque faz trabalho escravo lá dentro, trabalhador pega a conta e não recebe a rescisão, se tem acidente, trabalhador não tem amparo dentro da refinaria. Peço lá que investigue!”, afirmou.
O Grupo Atem
O Grupo Atem é uma empresa de refinaria amazonense, que faz a distribuição de combustível nos principais postos do Amazonas, além de outros 11 estados.
A empresa, de acordo com o site oficial dos mesmos, tem a sede administrativa localizada no bairro Ponta Negra e outra matriz localizada no Distrito Industrial.
De acordo com a Receita Federal, o capital social da empresa é de R$ 511 milhões, tendo no quadro de sócios: Fernando Luiz Aguiar Filho, Naidson de Oliveira Atem, Miqueias de Oliveira Atem e Dibo de Oliveira Atem.
Também é possível identificar outros postos de combustíveis que são ligados ao Grupo Atem, além da relação entre cliente e fornecedor, mas também relação familiar.
O Convergente apurou que um desses postos fica localizado no bairro Parque 10. Em consulta ao CNPJ, O Convergente chegou até os nomes de Maria Lindalva Atem de Oliveira e Mozaniel Atem de Oliveira.
Por meio de assessoria, o Grupo Atem esclareceu que não tem relação com o posto gerenciado por Maria Lindalva e Mozaniel Atem, e que apenas possuem uma relação profissional, sendo o Grupo Atem o fornecedor de combustíveis para o local.
Outro lado
Com a denúncia sobre as condições de trabalho feita pelo vereador de Manaus, O Convergente buscou contato com o Grupo Atem, por meio de assessoria e também pelo e-mail cadastrado no site da Receita Federal.
Até a publicação deste material, não houve retorno das partes. O espaço segue aberto para esclarecimentos e envio de futuras notas.
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