O programa Debate Político, do O Convergente, recebeu o vereador Capitão Carpê (PL), nessa terça-feira (26). Durante sua participação, o parlamentar analisou o novo cenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM), além das situações que ocorrem na atual legislatura. O programa foi apresentado pela CEO da empresa, Erica Lima, e transmitido todas as terças-feiras, às 21h45, pela Rede Onda Digital no canal aberto 8.2, e também pelo YouTube.
Durante o primeiro momento, Carpê comentou sobre a campanha eleitoral, o qual conseguiu a reeleição. O vereador ainda falou sobre a baixa renovação dos nomes na Casa. “A renovação é sempre muito importante, teve uma renovação não de 50%, mas tivemos. Pessoas que julgo muito importantes saíram, mas é democracia”, disse.
Questionado sobre alguns nomes de vereadores reeleitos que ele achou que não iriam conseguir um novo mandato, Carpê citou dois colegas que ocupam uma cadeira na Casa: Professor Samuel (PSD) e Roberto Sabino (Republicanos).
“Sendo muito sincero, mas nada pessoal, um nome que achei que não conseguiria ser reeleito seria o Professor Samuel, pelo trabalho que ele havia feito, bem tranquilo, não vi grandes movimentos dentro da Câmara […]. Foi uma repercussão muito negativa sobre a merenda escolar e Manaus toda debatendo sobre a qualidade da merenda escolar e ele solta essa pérola”, analisou.
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Já sobre o segundo nome citado, o vereador apontou que acreditou que o colega de Parlamento não seria reeleito por ter entrado no meio da atual legislatura. “Nada contra, me dou super bem. Mas, pela força do partido, achei que seria difícil para o Roberto Sabino. Achava que o fato dele ter entrado depois, poderia atrapalhar ele e, por esse motivo, fiquei surpreso que ele conseguiu reverter essa situação e foi reeleito”, disse.
Sobre a não reeleição do presidente da CMM, o vereador Caio André (UB), o parlamentar afirmou que Manaus perde com o atual vereador de fora da próxima legislatura.
“Historicamente isso nunca aconteceu. Caio André é um excelente gestor e está cumprindo a missão de realizar o resgate da Câmara Municipal de Manaus […]. Não sei o que aconteceu, se houve erro na estratégia, e é uma pena”, afirmou.
Oposição
Sendo um dos principais nomes de oposição da Prefeitura de Manaus, o vereador Capitão Carpê apontou que, anteriormente, existiam apenas três vereadores que se posicionavam contra a gestão.
“O David [Almeida] quando iniciou o mandato tinha apenas 3 oposições, conseguimos construir com o passar do tempo, acordos não foram cumpridos, decepções de alguns vereadores da base e isso ocasionou em uma oposição mais ferrenha”, disse.
No Debate Político, o parlamentar ainda comentou que acredita que os novos nomes devem analisar a CMM para poder tomar partido sobre em qual lado atuar.
“Vereadores que estão entrando agora muitos estão observando, talvez não tenham motivos para ser oposição, mas o objetivo é mantermos aquilo que já tínhamos”, pontuou.
O vereador ainda afirmou que não se arrepende de ter feito oposição à gestão de David Almeida, uma vez que representa a população.
“Não me arrependo de ter feito um trabalho de oposição porque quando falamos, falamos por milhares de pessoas. […] A grande reclamação de pessoas era falta de infraestrutura, falta de creches dentro da comunidade, e nós não temos como fazer muita coisa porque não depende da gente, depende do Executivo. Cabe a mim pegar aquela demanda e entrar com um requerimento, que as vezes é derrubado e acabamos não tendo aquela informação”, comentou.
Eleição CMM
Já pensando na eleição para a Mesa Diretora, o vereador revelou que os parlamentares já começaram a se movimentar para tentar eleger um representante, bem como a composição da Mesa.
De acordo com ele, o prefeito David Almeida já deixou claro que o nome do vereador David Reis é o escolhido para representar a base. Enquanto isso, Carpê confirmou que a oposição vem se movimentando para escolher um nome, mas que nada foi definido ainda.
“Iremos decidir somente em janeiro mas está tendo bastantes articulações […]. David Reis é o nome que o prefeito quer manter. Do outro lado temos alguns nomes, estamos nos articulando e temos conversado bastante, ainda não chegamos em um nome exato, primeiro precisamos conversar e unir essas pessoas”, destacou.
Para o vereador, caso a oposição consiga eleger um nome como presidente da CMM, a maioria estará ao lado da ‘oposição’ ou independente.
“Se emplacarmos a presidência da Casa, teremos pelo menos a maioria de vereadores independentes, não necessariamente oposição”, disse.
Emendas parlamentares
Em relação ao não pagamento das emendas parlamentares, Capitão Carpê comentou que apenas 20% das emendas dele foram pagas, e ainda relembrou que o não pagamento afeta a população de Manaus.
“As emendas destinamos para instituições ou secretarias. Eu sou oposição e 20% das minhas emendas foram pagas e estamos no mês de novembro […]. Quando a Prefeitura não paga isso, tentando, de certa forma, punir o vereador, ele não pune o vereador porque não entra nenhum centavo na minha conta, esse recurso é da população”, afirmou.
Ainda de acordo com o vereador, o prefeito de Manaus é obrigado a fazer o pagamento das emendas e que o posicionamento dos vereadores, seja de base ou oposição, não deve ser levado em consideração na hora do pagamento.
“Para alguns vereadores de base foram pagas, para oposição não. Queremos que o posicionamento na Câmara seja respeitado na hora de executar, na hora de uma demanda que solicitamos […]. As emendas são obrigatórias, tem que executar!”, ressaltou.
Confira a entrevista na íntegra:
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Por Camila Duarte
Ilustração: Marcus Reis
Revisão: Letícia Barbosa