Neste final de semana, as autoridades prenderam um treinador de Jiu-Jitsu do Amazonas, Alcenor Alves Soeiro, de 56 anos, que tinha um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça do Amazonas, por suspeita de estupro de vulnerável e exploração sexual de menores. O professor foi preso em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, durante um evento esportivo.
O processo contra ele está sob sigilo, mas, de acordo com a Justiça do Amazonas, a denúncia aponta que o homem teria, supostamente, se aproveitado da posição dos alunos para abusar de crianças e adolescentes, desde 2014.
O mandado expedido pela Justiça do Amazonas pedia a prisão do professor devido a “iminente possibilidade de fuga do representado e o risco à obtenção da prova e coação das vítimas”.
Após a prisão do professor, entidades da luta se manifestaram a respeito do caso e repudiaram os atos. A Federação Amazonense de Jiu-Jitsu Profissional (FAJJPRO) afirmou que as denúncias contra o professor são graves.
“A FAJJPRO não medirá esforços para colaborar com as autoridades e implementar ações que fortaleçam a proteção e o bem estar de todos os atletas. Esta federação jamais será conivente com situações que afrontem os princípios de respeito, ética e segurança”, diz um trecho da nota.
A Federação Amazonense de Jiu-Jitsu Esportivo (FAJJE) também emitiu uma nota, onde repudiou os atos ferem gravemente os princípios de respeito e proteção aos vulneráveis.
“A FAJJE reafirma que não compactua com qualquer conduta que contraria a lei, ética e os valores morais que sustentam a prática do jiu-jitsu como ferramenta de transformação social e promoção a cidadania. Seguiremos trabalhando para assegurar que a prática do jiu-jitsu continue sendo motivo de orgulho”, afirma a nota.
Também em nota, a Associação dos Profissionais de Educação Física do Estado do Amazonas (APEFAM) pediu que as federações que regulam a modalidade no Amazonas façam a suspensão do professor, para que o mesmo não possa mais atuar como profissional no Estado.
“Reiteramos ainda a importância de denunciar situações de assédio, importunação ou violência sofridas em qualquer ambiente, pois é através de denuncias que se torna possível coibir tais atos”, diz a nota.
Com a repercussão do caso, a defesa do professor de Jiu-Jitsu preso ainda não se manifestou ou emitiu alguma nota. Reforçamos que o espaço segue aberto.
Vereadores repudiam
Na sessão plenária desta segunda-feira (25), o caso repercutiu na Câmara Municipal de Manaus. O vereador Allan Campelo (Podemos) levou o caso à tribuna e pediu que o professor seja julgado pelas autoridades.
“Que ele seja julgado e se condenado, que seja exemplarmente para que isso nunca mais aconteça, não só no Jiu-Jitsu, mas em qualquer esporte […]. Isso não tem nada a ver com a filosofia do Jiu-Jitsu! […] Ele é um pedófilo kimono, porque professor de Jiu-Jitsu de verdade não faz isso!”, disparou o vereador.
Outro vereador que também repudiou o caso foi o vereador Ivo Neto (PMB), que pontou que espera que o suspeito possa ser julgado e responder pelos atos, supostamente, cometidos.
“Deixa muito triste o Jiu-Jitsu da nossa cidade, que tem trazido grandes resultados para Manaus. Uma atitude como essa nos deixa muito triste. Que o suspeito possa responder pelos seus atos e pelas suas atitudes cometidas contra crianças e adolescentes da nossa cidade”, disse.
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