Após 26 analistas ambientais do Ibama recomendarem, em parecer técnico, o indeferimento da licença ambiental para a Petrobras perfurar a Bacia da Foz do Amazonas, na costa do Amapá, a presidente da estatal brasileira, Magda Chambriard, recorreu a políticos da Amazônia que apoiam a exploração da região.
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Nesta semana, Chambriard esteve reunida com o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), o governador amapaense, Clécio Luis (Solidariedade), e o senador Davi Alcolumbre (União-AP). A reunião ocorre após técnicos do Ibama apresentarem um documento, datado do último dia 10, apresentando inconsistências na proposta da Petrobras para explorar a Foz do Amazonas, conforme mostrou a Folha de São Paulo.
Por meio das redes sociais, Davi Alcolumbre destacou que “segue trabalhando para assegurar o direito do Amapá e do Brasil para conhecer seus potenciais de desenvolvimento”.
“Acompanhado do governador @clecioluis_ e do senador @randolferodrigues, fomos recebidos pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e demais diretores na sede da empresa, no Rio de Janeiro, para tratarmos sobre o estudo de pesquisa exploratória de petróleo em nosso estado”, escreveu Alcolumbre, nas redes sociais.
O senador continuou: “Estamos otimistas na construção desse entendimento para a obtenção da licença em águas profundas no Amapá. Agradeço a presidente da @petrobras, Magda Chambriard, por nos ter recebido. Eu acredito que com a nossa união o Amapá e o Brasil sairão vitoriosos”.
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Clécio Luis também comentou sobre as tratativas com a Petrobras. “Mediante de algumas negativas de alguns técnicos do Ibama, nós precisamos nos posicionar mais a favor do que a exploração do Petróleo na costa do Amapá trará como benefícios. É importante deixar muito claro de que a exploração de petróleo interessa a Petrobras, o Brasil e ao Amapá. Nós estamos do lado da Petrobras para fazer o que for necessário”, declarou.
Já a presidente da petrolífera, magda Chambriard reiterou que a empresa continua interessada na pesquisa. “Ouvimos suas apreensões e reiteramos nosso continuado interesse na pesquisa e na busca por riquezas no estado do Amapá. Estamos com o Amapá e vamos buscar transformar esse potencial do estado em riqueza real para a população local”, disse Magda Chambriard.
Foz do Amazonas
A exploração de combustíveis fósseis no bloco FZA-M-59, na Foz do Amazonas, é requisitado pela Petrobras, mas tema de polêmica entre ambientalistas. A região, localizada na margem equatorial do Brasil, na foz do rio Amazonas e onde deságua no Oceano Atlântico, possui enorme potencial de exploração de petróleo e gás natural, fazendo com que enfrente pressão de grandes empresas para ter capacidade para suprir tanto a demanda energética nacional quanto para gerar receitas com exportações.
A Petrobras é uma das outras empresas do setor que vêm solicitando autorizações ao governo brasileiro para realizar perfurações exploratórias na região. O processo, no entanto, encontra desafios ambientais e legais, pois a bacia abriga ecossistemas sensíveis e diversos, como recifes de corais e bancos de esponjas, além de manguezais, que poderiam ser impactados por atividades de perfuração.
Além disso, existe o receio de que um vazamento de petróleo, como ocorreu no Golfo do México em 2010, possa causar danos irreparáveis ao meio ambiente local, afetando a biodiversidade e a subsistência das comunidades que dependem desses recursos naturais.
Exploração
Em meio aos trâmites para exploração da Foz do Amazonas, cujo investimento pode chegar a US$ 3,1 bilhões para a perfuração de 16 poços, o Ibama deu prosseguimento ao processo de licença e solicitou mais informações à Petrobras sobre os planos para o local. Com isso, a Petrobras precisa conseguir a concessão de licença e comprovar a inexistência de impactos ambientais.
Outro lado
O Convergente entrou em contato com a Petrobras e com o Ibama para saber a atual situação do processo de licença ambiental para exploração de petróleo na Foz do Amazonas. A reportagem pediu ainda posicionamento quanto ao parecer técnico apresentado por analistas ambientais do Ibama.
Por meio de nota, a Petrobras informou que tomou conhecimento da resposta do IBAMA e considerou “que houve um importante avanço no processo de licenciamento do bloco FZA-M-59, Amapá Águas Profundas”.
“Remanesce pedido de detalhamentos do Plano de Proteção à Fauna e da nova base de Fauna do Oiapoque. A equipe técnica da Petrobras está detalhando cada questionamento para responder ao IBAMA”, diz trecho da nota, encaminhada à reportagem.
A estatal continua e afirma estar otimista: “A Petrobras está otimista e segue trabalhando na construção da nova unidade de fauna no Oiapoque, com o entendimento que é possível realizar a APO para a obtenção da licença para a perfuração em águas profundas no Amapá.”, concluiu.
Por: Bruno Pacheco
Foto: Petrobras/Divulgação
Revisão: Letícia Barbosa