Os deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) cobraram, nessa quinta-feira, 3, a exoneração de secretários do prefeito David Almeida (Avante) que já foram alvos de operações da Polícia Federal (PF) e e estão envolvidos escândalos com recebimento de propina.
Os parlamentares se referem ao secretário de Limpeza Pública da Prefeitura de Manaus, Sebastião Reis, e à secretária municipal de Educação e irmã do prefeito, Dulce Almeida, que está sendo investigada por receber R$ 100 mil em propina.
A discussão começou após o irmão do prefeito de Manaus, o deputado Daniel Almeida (Avante), cobrar o governo do Amazonas por conta de investigações contra secretários e comandantes da Polícia Militar filmados em reunião suspeita de favorecer a eleição de candidata majoritária de Parintins.
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Wilker Barreto (Mobiliza), candidato a prefeito, questionou Daniel Almeida o motivo dele não ter a mesma postura com a prefeitura de Manaus e com secretários do município investigados pela Polícia Federal. O deputado lembrou ainda que tem uma denúncia contra David Almeida por associação ao tráfico.
“Isso repercutiu nacionalmente. Nós temos gravação de interceptação envolvendo secretários de educação, que é vossa irmã [Dulce Almeida] sobre propina. […] Nós temos escândalos de enriquecimento ilícito; comprovadas notas fiscal pagas de fornecedores à pessoas próximas de vosso irmão, de crescimento patrimonial, numa singela coincidência do mesmo período em que vosso irmão está no poder”, declarou Wilker Barreto.
A discussão continuou, em seguida, com a deputada Alessandra Câmpelo (MDB) cutucando Daniel Almeida. “Não sei se o deputado vai escutar, porque, geralmente, ele fala e sai correndo”, disse a parlamentar.
Câmpelo afirmou ainda que Wilson Lima tomou a atitude certa ao exonerar os secretários do governo e refutou a omissão de David Almeida com os servidores da prefeitura.
“Detalhe, o governador Wilson Lima não é citado na investigação [de Parintins], diferente do prefeito David Almeida, da secretária Lúcia Almeida, que está sendo investigada pela Polícia Federal porque um empresário admitiu que entregou R$ 100 mil, em dinheiro para ela, em duas parcelas de R$ 50 mil”, disparou.
“Isso o senhor não fala na tribuna, mas isso tem que ser investigado. […] Por que o prefeito não exonerou a irmã, acusada de ter recebido propina? É importante saber porque esta investigação está ocorrendo na Polícia Federal”, salientou Alessandra Câmpelo.
Durante pronunciamento, Alessandra também subiu o tom e mandou o deputado Daniel Almeida calar a boca, ao criticar o uso da tribuna da Aleam para palanque eleitoral.
“É inadmissível que o irmão do prefeito venha fazer isso e não tenha coragem, sequer, de debater. Isso demonstra a mesma covardia”, afirmou.
O deputado Felipe Souza (PRD) afirmou também que o prefeito de Manaus não tomou a mesma atitude que o governador Wilson Lima (UB), exonerando os servidores investigados.
“Houve uma operação da Polícia Federal na Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) mas, curiosamente, o prefeito não afastou o secretário que continua lá exercendo o seu papel como se nada tivesse acontecido”, disse Felipe Souza.
Relembre
A secretária de Educação e irmã do prefeito, Dulce Almeida, está sendo investigada pela Polícia Federal (PF), ao lado de David Almeida, por suposto recebimento de propina, no valor de R$ 100 mil, para favorecimento de empresa em licitação da Prefeitura de Manaus, de acordo com a reportagem do UOL, publicada na quarta-feira (2).
Conforme revelou a reportagem, o dinheiro teria sido entregue a Dulce Almeida, cujo montante favoreceu a empresa de coleta de lixo Tumpex. Essa informação consta em um relatório do Ministério Público Federal, ao qual o UOL teve acesso.
Já sobre a investigação envolvendo Sabbá Reis se refere às interceptações telefônicas da Polícia Federal (PF), no âmbito da Operação Dente de Marfim, que flagraram o empresário Carlos Edson de Oliveira Junior, sócio da Mamute Conservação, Construção e Pavimentação Ltda., falando em pagamentos ao secretário de Limpeza Pública da Prefeitura de Manaus.
Por: Bruno Pacheco
Foto: Reprodução
Revisão: Letícia Barbosa
