Finalizando a temporada do programa ‘Debate Político’, que recebeu os candidatos a prefeito de Manaus, nesta terça-feira (1º), o candidato a prefeito de Manaus Wilker Barreto (Mobiliza) foi o último candidato entrevistado, onde comentou sobre o andamento da campanha eleitoral e uma fez análise do cenário político local. O programa foi apresentado pela COO da empresa, Letícia Barbosa, e exibido pela TV Rede Onda Digital, através do canal 8.2, e pelo canal do Youtube da Rede Onda Digital.
Ao ser questionado sobre o andamento da campanha, Wilker Barreto afirmou que tem sido difícil, uma vez que não possui tempo de televisão e rádio, além de não ter muitos recursos do fundo eleitoral.
“Com muita dificuldade, minha candidatura não tem tempo de televisão, tem poucos recursos, pouco volume de rua, porque isso requer recursos e fundo eleitoral. Minha grande resposta é que as pessoas tenham discernimento porque não acredito que o dinheiro vai escolher o próximo prefeito de Manaus”, disse.
Durante a entrevista, o candidato fez algumas análises sobre os demais candidatos, onde pontuou ser o mais preparado para assumir a Prefeitura de Manaus nos próximos 4 anos. “Há 4 anos atrás eu perdi a eleição com o Amazonino por 1% e eu alertei Manaus que o atual prefeito não tinha conhecimento necessário. O David é prefeito de Manaus durante 4 anos, eu fui vereador de Manaus durante 10 anos, ele conheceu Manaus como prefeito”, avaliou.
Questionado sobre o seu desempenho nas pesquisas de intenções de voto, Barreto afirmou que acredita nos levantamentos espontâneos ao invés dos estimulados. “O que nos atrapalha é o fato de não termos tempo necessário […]. Se Manaus não entender que nesta semana decisiva é a tua vida. O prefeito de Manaus mexe diretamente com a tua vida! Se você brincar com Manaus, aguente as consequências”, disse.
O candidato ainda afirmou que pretende conquistar os votos dos eleitores que estão indecisos. “Eu acredito que é verdade é que temos mais de 400 mil pessoas indecisas em uma semana de eleição. As pessoas não podem pegar o santinho do chão e escolher o prefeito. Se as pessoas conhecerem minha história e meu currículo, o olhar em relação ao Wilker Barreto muda”, comentou.
Cenário
Ficando e fora dos dois últimos debates entre candidatos a prefeito de Manaus, Wilker Barreto ressaltou que não é convidado porque os adversários teriam ‘medo’ do debate.
“Sabe porque eles não me querem nos debates? Se tiverem coragem de colocar Wilker Barreto no debate, não é por causa dos 5 deputados federais que a lei diz […]. Por que eles que são concessão pública não fazem o que faz O Convergente de abrir esse espaço para todos os candidatos? Isso sim é gesto de democracia e respeito a Manaus”, pontuou.
Ainda de acordo com o candidato, se estivesse em um debate frente a frente com o candidato à reeleição David Almeida (Avante), o mesmo sairia constrangido.
“Se eu for chamado, eu vou fazer o prefeito ser constrangido publicamente. Quando ele vinha a prometer falar que iria construir o hospital municipal, não fez porque não quis”, disse.
Ao comentar sobre os escândalos envolvendo o prefeito de Manaus, Barreto citou as instaurações das CPIs na Câmara Municipal de Manaus.
“Tem um pouco de colocação política na CPI, mas o fato da CPI é materializado. Ocorreram pagamentos de empresas fornecedoras para parentes próximos ao prefeito. Talvez o momento da investigação é que possa ser uma questão política, mas aconteceu agora!”, destacou.
O candidato também afirmou que é de direita antes da ‘onda Bolsonaro’ e que os outros que se dizem de direita são oportunistas. “Se Manaus acordar, me elege prefeito porque eu não me covardeio. Eu sou de direita antes da onda Bolsonaro, sou de direita porque estudei economia […]. Os outros são oportunistas, quando vejo o Alberto Neto falar ‘Deus, Pátria e Família’ só funciona lá em Brasília”, afirmou.
Jogo das Cartas
Ao participar do ‘Jogo das Cartas’, o candidato Wilker Barreto sorteou alguns temas para debater no programa, sendo o primeiro deles ‘educação’.
“Manaus não é a 5ª melhor educação do país […]. A proposta do Wilker Barreto é simples, passa pela valorização do servidor […], questão da merenda escolar que para muitas crianças é o único momento que as crianças vão comer proteína no dia”, comentou.
Ainda de acordo com ele, outro problema enfrentado na educação municipal é a falta de mediadores em salas de aula. “Sabe por que o município não resolve a falta de mediadores para crianças autistas? Porque ao invés de contratar professores, estão contratando estagiários e com estagiários o FUNDEB não pode ser usado”, disse.
A segurança pública foi outro tema sorteado pelo candidato, onde comentou sobre a guarda municipal em Manaus. “A guarda municipal não vai assumir o lugar da PM, mas ela pode contribuir […]. Eu fui o primeiro pré-candidato a falar que iria trazer mil homens para dentro da prefeitura para guarda municipal […]. Não é só armar a guarda municipal que vamos resolver os problemas da segurança pública em Manaus”, alegou.
A saúde foi a terceira temática comentada pelo candidato Wilker Barreto, onde foi tratado sobre o problema recente enfrentado pela população, que sofre com as queimadas ilegais.
“Como eu vou arborizar com fiação pela cidade? Manaus não precisa ter uma política agressiva de arborização, caminhe na Getúlio Vargas e na Constantino Nery, olha a diferença. Manaus é uma cidade quente por natureza, então avançar na arborização é política pública”, pontuou.
Na última carta, o candidato falou sobre ‘polêmicas’ e, entre elas, comentou sobre o debate em que o candidato Amom Mandel (Cidadania) levou uma laranja para o afrontá-lo.
“O candidato Amom [Mandel], ao tentar trazer uma laranja, está claro porque ele é um menino de rede, esquece ele que quem estava disputando a eleição de prefeito era eu com o Amazonino […]. A minha candidatura é uma candidatura de coragem, eu nunca flertei com o Wilson [Lima], vai na rede do Amom e veja 2021, 2022 e 2023 se algum momento ele cobrou o governo”, disse.
Urna Política
No quadro onde o candidato sorteia figuras políticas, Wilker Barreto deu a opinião sobre quatro personalidades da política amazonense. O primeiro foi o candidato à reeleição David Almeida que, de acordo com ele, foi reprovado na sua avaliação.
“Perdeu controle de gastos, não faz gestão. Centro da cidade está destruído, comércio morrendo […]. O IPTU mais do que dobrou e alguns casos triplicou, não avançamos em arborização”, disse.
O candidato também comentou sobre as polêmicas envolvendo os supostos pagamentos a familiares do candidato à reeleição. “Ele está dizendo que é fake News a capa da Veja, pode até ser fake News, mas o conteúdo não é”, pontuou.
O presidente da CMM, o vereador Caio André (União Brasil) foi outra figura política comentada no programa. Na avaliação de Wilker Barreto, o vereador assumiu a CMM em um período em que a mesma era uma ‘bomba relógio’ e teve um posicionamento tardio sobre a gestão municipal.
“Ele pegou uma bomba relógio quando assumiu a presidência […]. Tenho um relacionamento cordial com ele, tem lado político, está do lado do governador. Eu acho que teria essa postura mais rígida contra a gestão municipal com seis meses de atraso”, afirmou.
O último rosto sorteado pelo candidato foi do vice-governador Tadeu de Souza (Avante), o qual ele classificou como ‘produto do David’. Para Wilker, as movimentações para 2026 já se iniciaram.
“Não tenho nada contra ele, acho que ele é um produto do David, é o corpo estranho dentro do grupo do Wilson Lima. Por causa do Tadeu, eu acho que o Wilson não renuncia para ser candidato a senador […]. Acho que a figura do Tadeu tira qualquer possibilidade do Wilson renunciar para ser senador”, avaliou.
Durante toda a campanha eleitoral, o programa Debate Político foi o espaço concedido aos sete candidatos ao cargo majoritário à Prefeitura de Manaus. Os vices-candidatos também foram recebidos pelo O Convergente, através do programa Politizando.
Confira o programa na íntegra:
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Por Camila Duarte
Foto: Marcus Reis
Revisão: Letícia Barbosa
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