Nesta segunda-feira (30), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), seriam ouvidos pela CPI da Terceirização da Corrupção os familiares do prefeito David Almeida (Avante) que, supostamente, receberam pagamentos de empresas ligadas à Prefeitura de Manaus.
Conforme noticiou O Convergente, o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM) suspendeu na semana passada os atos que instauraram as CPIs na Câmara Municipal contra a atual gestão. Assinada pelo desembargador Flávio Pascarelli, a ação foi imposta pela base do prefeito na CMM que fez duras críticas após a instauração das Comissões.
O pedido de abertura da investigação na CMM ocorreu após uma série de denúncias envolvendo pagamentos de empresas contratadas pelo município à familiares do prefeito de Manaus, entre eles, a empresária e noiva de David Almeida, Izabelle Fontenelle, e a sogra Lidiane Oliveira Fontenelle.
Desde o momento em que o pedido de CPI sobre os pagamentos aos familiares foi apresentado, O Convergente buscou contato com o prefeito David Almeida e com os demais familiares envolvidos. As partes não retornaram o contato da equipe, mas o espaço segue aberto para esclarecimento, garantindo assim o direito de defesa dos envolvidos.
De acordo com o vereador Rodrigo Guedes (PP), relator da CPI que investigava os familiares, estavam previstos para ocorrer nesta segunda-feira os depoimentos da empresária Izabelle Fontenelle (noiva do prefeito), Lidiane Oliveira Fontenelle (sogra do prefeito), Dulce Almeida (irmã do prefeito) e de Gabriel Alexandre (genro do prefeito).
“É muito triste saber que não podemos investigar simplesmente porque a base do prefeito não permitiu. Vereador entrou com uma ação judicial para blindar e proteger o prefeito, tirando o poder desta Câmara de poder cumprir o seu papel constitucional”, discursou o relator.
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O vereador ainda pontuou que já era para a Câmara Municipal dar uma resposta à população de Manaus sobre os escândalos dos supostos pagamentos, mas foram impedidos por conta da ação que suspendeu a CPI.
“Já era para estarmos dando uma resposta para a população manauara […]. Só queríamos investigar e fazer nosso papel. Falam de CPI eleitoreira, mas os fatos só vieram à tona a um mês, como que iríamos investigar o que não se sabe? Mais uma vez a base do prefeito funciona como escudo”, disse.
O recurso acatado na última segunda-feira (23) foi imposto pelo vereador Eduardo Assis (Avante), que integra a base do prefeito na Câmara. De acordo com o documento, a instauração das CPIs teria ocorrido de maneira irregular, ignorando a indicação formal dos líderes partidários e proporcionalidade das comissões.
Um dos questionamentos feitos no documento foi o motivo pelo qual a CPI que investiga pagamentos a familiares do prefeito de Manaus teria como presidente e relator dois vereadores do mesmo partido, uma vez que a bancada do Avante na Casa possui cinco vereadores. Nesta CPI, o presidente é o vereador Lissandro Breval (PP) e o relator é Rodrigo Guedes.
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Por Camila Duarte
Ilustração: Marcus Reis
Revisão: Letícia Barbosa
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