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sexta-feira, novembro 22, 2024

Especialistas comentam cenário político de Manaus durante o programa Debate Político

Helso Ribeiro e Paula Litaiff foram os convidados da semana no programa 'Debate Político' do O Convergente

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Neste período eleitoral, o programa ‘Debate Político’ está servindo de espaço para receber os candidatos a prefeito de Manaus. Por incompatibilidade de agenda, o candidato Roberto Cidade (União Brasil) não pôde participar do programa dessa terça-feira (24). No entanto, o espaço foi utilizado para comentários sobre o cenário político manauara feitos pelos convidados Helso Ribeiro, analista político, e Paula Litaiff, jornalista. O programa foi apresentado pela COO da empresa, Letícia Barbosa, e exibido pela TV Rede Onda Digital, através do canal 8.2, e pelo canal do Youtube da Rede Onda Digital.

O Debate Político dessa terça-feira foi dividido em duas partes, em ambas foi comentado sobre o cenário político: a entrevista com Helso Ribeiro e a entrevista com Paula Litaiff. O primeiro convidado foi o analista político Helso Ribeiro, que fez uma avaliação sobre o marketing político e a ausência dos candidatos em alguns debates.

“O pessoal do marketing político gosta que diz que na eleição o feio é perder e eu lastimo isso. Acredito que a eleição é um caminho para o aperfeiçoamento da democracia, não é o único. Vejo que, cada vez que um candidato recusa de participar de um bate-papo, um debate, e são muitas desculpas […], isso eu diria que nem sempre é vontade do candidato, as vezes é, mas as vezes é o pessoal do marketing jogando com as estatísticas. Quanto mais a pessoa se mostrar, expor as ideias, melhor para o aperfeiçoamento da democracia”, disse.

Ainda falando sobre os debates entre candidatos, o analista político afirmou que os mesmos são ‘mais baixaria do que propostas’, e ainda fez a comparação de que os debates são uma “versão estendida” das propagandas eleitorais.

“Mais baixaria do que propostas, isso pega carona da propaganda eleitoral. Se analisarmos a propaganda hoje, vemos que tem muita musiquinha de lacração, os candidatos omitem o partido político que pertencem, não falam da proposta. Isso ocorre em debate porque é uma continuidade da propaganda”, explicou.

Ele ainda destacou que é difícil que os candidatos consigam ter um debate aprofundado neste atual cenário, visto que o tempo distribuído entre eles é igualitário. “Os debates com mais de 4 pessoas, 5 pessoas, diria que essa forma inviabiliza um aprofundamento de discussões e fica muito rasteiro. E a equipe de marketing acaba tentando mostrar qual a palavra de efeito que vai lacrar mais e o candidato segue esse roteiro, que no meu entendimento é um roteiro pífio e triste”, afirmou.

Sobre a influência de nomes como Lula e Jair Bolsonaro nas eleições municipais, o analista político afirmou que acredita que o eleitor de Manaus tem se preocupado em buscar soluções imediatas. “Se você e eu influenciamos algumas pessoas, é claro que um presidente Lula, ex-presidente Bolsonaro, têm a capacidade de influenciar também. O que temos que observar é que a eleição de prefeito e vereador tocam realidades muito próximos, o buraco da rua, a falta de asfalto não é de esquerda ou direita”, avaliou.

Com relação às pesquisas de intenções de votos e o posicionamento dos candidatos, Ribeiro disse que os candidatos que descredibilizam as pesquisas não estão tendo um bom desempenho.

“O candidato que tenta minimizar e descredibilizar as pesquisas é sinal que não está bem, porque quando ele está bem ele usa as pesquisas na propaganda eleitoral dele […]. O próprio eleitor, pessoas que me perguntam eu digo para não votarem baseado em pesquisa, até compreendo que existe voto útil e, lastimo quando eu vejo pessoas descredibilizando pesquisas porque não estão beneficiando aquele candidato, afirmou.

Na segunda parte do programa, a jornalista Paula Litaiff iniciou falando sobre o pleito de 2024 ser diferente dos últimos quatro pleitos municipais. De acordo com ela, desde o eleitorado até a campanha têm mudado.

“Não é igual a eleição de 2020, não é igual a eleição de 2026, eleição de 2012. Geralmente nos últimos anos, quem estava em primeiro, segundo, terceiro um ano antes, ficava nessas posições próximo da eleição, o que está muito divergente dessa eleição. […] Temos hoje um cenário político muito diferente do ano passado, não falando só dos candidatos que estão caminhando para o segundo turno, mas quem também está em terceiro, quarto, quinto”, comentou.

Segundo a jornalista, a eleição deste ano é ‘totalmente atípica’. “Se formos poder resumir a eleição de Manaus em relação a anos anteriores, a campanha, a tendência do eleitorado é totalmente atípica das últimas quatro eleições na capital”, disse.

Ao comentar sobre pesquisas de intenções de voto no atual cenário, a jornalista Paula Litaiff afirmou eu é curioso o modo como os candidatos tentam descredibilizar os levantamentos quando não estão nas primeiras colocações.

“Acho curioso que quando a pesquisa é favorável para o candidato, ela é maravilhosa e fazem questão de divulgá-la. Quando ela é negativa, eles falam mal da pesquisa, falam mal dos parâmetros”, alegou.

Além disso, a jornalista ainda afirmou que ainda existem estratégias no cenário utilizadas por candidatos em que contratam empresas para buscar resultados que são satisfatórios para eles. Há uma estratégia de todos os grupos envolvidos, estamos falando de 7 candidatos a prefeito de Manaus, percebemos que tem candidatos que contratam empresas específicas, que nem sempre são de Manaus, para ter o resultado que eles querem ter”, pontuou.

Ao comentar sobre os assédios sofridos pelos jornalistas durante o pleito, Litaiff pontuou que o assédio judicial é notório na forma processual. “Do ponto de vista de agressão a jornalistas, a gente percebe isso mais da forma processual, aquela tentativa de assédio judicial que se fala, hoje esse termo tem sido bastante utilizado na imprensa. Inclusive, tem sido alvo de denúncias da Associação Brasileira de Jornalismo, da Federação Nacional de Jornalismo”, disse.

A jornalista ainda repudiou veementemente as tentativas dos candidatos de silenciar profissionais da área em coletivas ou eventos políticos. Como exemplo, ela citou o candidato a prefeito de Manaus David Almeida (Avante).

“Não tenho sentido, confesso, não com a gente. A gente percebe que quando o candidato é confrontado, o David Almeida mas não somente ele, quando é confrontado em coletivas, em público, ele tende a atacar o jornalista”, afirmou.

Vale lembrar que as próximas edições do programa ‘Debate Político’ serão totalmente voltadas aos candidatos majoritários, o qual todos serão convidados, respeitando o processo isonômico do processo eleitoral. Já o programa ‘Politizando’, também do O Convergente, terá a participação dos candidatos a vice-prefeito.

Confira o programa na íntegra:

Leia mais: Candidato Marcelo Ramos avalia ‘pior gestão’ e acredita que estará no 2º turno, durante programa Debate Político

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Por Camila Duarte

Foto: Marcus Reis

Revisão: Letícia Barbosa

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