Após ser preso por suspeita de estuprar e matar um bebê de um ano e oito meses em Jutaí (a 750 quilômetros de Manaus), no interior do Amazonas, um homem foi linchado e queimado vivo na noite dessa quinta-feira, 19, durante manifestação de moradores revoltados com o crime no município. A população chegou a invadir a delegacia da cidade.
Identificada como Layla Vitória, a criança está desaparecida desde terça-feira, 17. De acordo com as informações, o homem, que não teve o nome divulgado, confessou ter abusado sexualmente a menina, assassinado e jogado o corpo dela no rio. O suspeito foi preso no início da tarde de ontem.
Nas redes sociais, imagens divulgadas pela população mostram a revolta de moradores. Com gritos de “justiça”, centenas pessoas são vistas invadindo a 56ª Delegacia Interativa de Polícia de Jutaí, onde o homem estava preso.
Ainda segundo as imagens, é possível ver toda brutalidade do linchamento. Os moradores conseguem retirar o suspeito da unidade policial e o arrastam para rua a chutes e pedradas. A polícia chega a tentar conter a situação, com bombas e tiros de borracha.
Nota
Em nota, a PC-AM informou que a mãe da criança registrou o desaparecimento da filha na quarta-feira, 18, ocorrido na noite anterior, enquanto dormia em um flutuante no porto de Jutaí.
“A equipe policial da 56ª DIP realizou diligências imediatas, colheu depoimentos e analisou imagens de câmeras de segurança, o que possibilitou esclarecer, em menos de 24 horas, que a criança havia sido vítima de estupro e homicídio. O autor dos crimes, ao saber que estava sendo investigado, se apresentou espontaneamente à delegacia e confessou os delitos”, informou a PC-AM, em trecho da nota.
De acordo com a Polícia Civil, durante o interrogatório do suspeito, a população revoltada com o crime cercou e invadiu o prédio da delegacia e retirou o homem do local. Apesar dos esforços da Polícia Civil, Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal (GCM), o autor foi morto em seguida.
“As Forças de Segurança já iniciaram as investigações para identificar os responsáveis pelo linchamento. Uma equipe da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM) foi enviada ao município para reforçar a segurança, por determinação do delegado-geral Bruno Fraga e do delegado-geral adjunto Guilherme Torres. O secretário de Segurança Pública, coronel Vinícius Almeida, também enviou peritos para auxiliar nas investigações, comunicou a Polícia, na nota.
Veja a revolta da população:
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Por: Bruno Pacheco
Ilustração: Marcus Reis
Revisão: Letícia Barbosa