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quinta-feira, novembro 21, 2024

Élcio Queiroz revela ter sido enganado por Lessa no assassinato de Marielle Franco

Ex-sargento depôs no Supremo Tribunal Federal (STF), nessa sexta-feira (30)

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O ex-sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Élcio Queiroz, depôs no Supremo Tribunal Federal (STF), nessa sexta-feira (30). A ação penal investiga se os irmãos Brazão e outros acusados foram os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018.

Élcio Queiroz dirigiu o carro usado pelo ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso do assassinato da vereadora, para cometer o crime. Atualmente preso, Élcio assinou um acordo de delação, no qual admitiu sua participação no assassinato.

O ex-policial alegou ter sido envolvido por uma “rede de mentiras” e afirmou não saber que estava sendo convocado para participar do assassinato quando foi chamado por Lessa para dirigir o veículo utilizado no crime. Élcio declarou que nunca havia ouvido falar da vereadora.

“Acho que ele [Ronnie] foi desleal comigo e me enganou. Fui envolvido numa rede de mentira. Ele me usou”, afirmou.

Apesar de falar que Lessa foi desleal, Élcio Queiroz disse que continuou a amizade com o ex-policial após o crime.

“Eu continuei com minha amizade com Ronnie, mas eu fiquei chateado por não ter falado que seria homicídio”, disse.

O ex-sargento também deu detalhes sobre os momentos que antecederam o assassinato de Marielle.

Ele contou que alertou Lessa sobre a presença de Anderson e de Fernanda Chaves, assessora da vereadora, no carro, e disse que ele poderia “matar inocentes”. No entanto. Ronnie acionou o “modo rajada” da submetralhadora HK utilizada no crime. Fernanda não foi atingida pelos tiros e sobreviveu.

“Ouvi os disparos, foi rápido, mas fez muito barulho. Não vi nem a Marielle sendo executada”, completou.

No processo, são réus o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, o irmão dele, Chiquinho Brazão, deputado federal (sem Partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Policia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa e estão presos.

Cerca de 70 testemunhas devem depor na ação penal. Os depoimentos dos réus serão realizados somente no fim do processo.

Nesta semana, Ronnie Lessa também prestou depoimento e disse que ficou sabendo antecipadamente da operação da Policia Civil do Rio de Janeiro que o prendeu e que o assassinato da vereadora foi planejado para evitar a conotação de crime político e a entrada da Polícia Federal no caso.

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Fonte: Agência Brasil
Ilustração: Marcus Reis

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