Após a convenção no último sábado (3), que oficializou as candidaturas de David Almeida (Avante) à reeleição e de Renato Junior (Avante) como vice-prefeito na chapa para a prefeitura de Manaus, os aliados foram surpreendidos pelo anúncio de que Almeida poderá disputar o cargo de governador ou senador federal em 2026.
David estava acompanhado de seus aliados políticos, incluindo os senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB). Antes da convenção, os bastidores indicavam uma relação tensa entre os dois senadores devido à escolha do vice-prefeito, mas eles se entenderam após a indicação de David do nome do ex-secretário da Seminf.
A decisão de formar uma chapa puro-sangue do Avante, com a escolha de Renato Júnior, parece ter sido discutida nas últimas conversas entre Almeida e os líderes aliados. Essa escolha reflete o desejo do atual prefeiturável de manter controle sobre o partido, devido a seus objetivos políticos.
“Eu serei candidato a governador ou senador (em 2026)] em uma hipótese: Se eu não me reeleger prefeito de Manaus”, disse Almeida ao ser questionado sobre as garantias oferecidas aos atuais aliados e comentou sobre as negociações que garantiram o apoio do MDB e do PSD à sua coligação.
Essa declaração, segundo fontes internas, pode ser interpretada como um indicativo de possíveis disputas internas entre as principais lideranças políticas do estado.
Os partidos são considerados essenciais para a candidatura à reeleição do prefeito, pois possuem o maior tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão entre as legendas da coligação. Com a adesão dos partidos liderados no Amazonas por Braga e Aziz, a campanha de David ganhou mais 6 minutos e 40 segundos para veicular seus programas de campanha.
Em 24 de julho, durante entrevista ao jornalista Ronaldo Tiradentes, David afirmou que é pré-candidato a prefeito de Manaus e evitou responder se pretendia concorrer ao Governo do Amazonas.
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Sobre a declaração de David que repercutiu na política local, a reportagem entrou em contato com Braga e Omar. A assessoria do líder do MDB informou que Braga não se manifestou sobre o assunto, mas ressaltou que “há a questão da reciprocidade. Se ele recebe apoio em 2024, apoiará o senador em 2026”.
A equipe de Aziz recebeu a demanda por aplicativo de mensagens instantâneas, mas o senador e líder do PSD não se manifestou até o fechamento da reportagem.
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Por Ronaldo Menezes
Ilustração: Marcus Reis
Revisão: Letícia Barbosa