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quinta-feira, novembro 21, 2024

Marina Silva diverge de Lula e diz que Venezuela de Maduro não se configura como uma democracia

A ministra do Meio Ambiente contrastou o posicionamento de Lula e do PT sobre o processo eleitoral venezuelano

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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, gerou um embate interno no governo Lula ao afirmar que o regime do presidente Nicolás Maduro não é uma democracia, e ainda cobrou transparência sobre o processo eleitoral no país latino-americano. A declaração foi feita nesta quarta-feira (30) durante uma entrevista ao Metrópoles.

“Um regime democrático pressupõe que as eleições são livres. Na minha opinião pessoal, que não reflete a posição oficial do governo, isso não se configura como uma democracia”, declarou Marina ao colunista Guilherme Amado.

A reeleição do presidente venezuelano no último domingo (28) tem enfrentado intensa contestação internacional, com apelos para a divulgação das atas de votação. A oposição alegou fraudes e afirmou que Edmundo Gonzalez, um candidato oposicionista, foi o verdadeiro vencedor. Por sua vez, Maduro, que está no poder há 11 anos, declarou-se vitorioso.

Mesmo divergindo do chefe de Governo, Marina fez elogios a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O Brasil está muito correto ao exigir a divulgação dos resultados eleitorais, os mapas e todas as comprovações de que houve, de fato, uma decisão soberana do povo venezuelano”, afirmou a ministra do Meio Ambiente.

Marina elogiou o comunicado do Itamaraty, que manifestou que a apresentação das atas eleitorais era um passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito.

“A cobrança é uma forma de colaborar com o fortalecimento da democracia no nosso continente”, disse a ministra sobre os valores e princípios da democracia e dos direitos humanos.

Embora o governo brasileiro tenha exigido transparência na eleição venezuelana, Lula afirmou, também nesta terça-feira, que não observou nada de “anormal”, “grave” ou “assustador” no processo eleitoral. O Partido dos Trabalhadores (PT), do qual o presidente é membro, também se manifestou. A Executiva Nacional do partido reconheceu a vitória de Maduro e descreveu o pleito como uma “jornada pacífica, democrática e soberana”.

Leia mais: Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, diz que Venezuela ‘se afasta’ da lisura do processo eleitoral

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*Da Redação/Metrópoles
Ilustração: Marcus Reis

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