Em ano eleitoral, na política tudo pode mudar’. De fato, o ditado é verídico. Prova disso foi a investida política do pré-candidato Alberto Neto, de extrema-direita do PL, lançada para a pré-candidata Profª Maria do Carmo (Novo), onde dizia que jamais cederia a cabeça de chapa para ser vice. E não é que o jogo político do candidato de Bolsonaro deu certo?
A aliança entre PL e Partido Novo, de acordo com bastidores, para a disputa pela prefeitura de Manaus foi firmada com o apadrinhamento de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do Partido Liberal, nesta terça (23).
Segundo o cientista e pesquisador Afrâncio Soares, a união entre as duas siglas agrega valor na corrida eleitoral pela prefeitura.
“É mais um movimento político nesta eleição. Existe uma combinação entre os dois. Ambos são de direita e isso agrega à campanha de Alberto Neto”, disse Afrânio.
Acontece que antes, tanto Alberto Neto quanto a Profª Maria do Carmo, que têm raízes bolsonaristas e ideais de direita conservadora radical, anunciaram suas pré-candidaturas com o intuito de almejar o cargo público municipal. Mas, cada um do seu lado.
A empresária e educadora havia confirmado a independência ao Convergente, quando disse com afinco que trilharia um caminho próprio sem estar à sombra de ninguém, e que “os vices são meros coadjuvantes”.
“Quero criar meu legado, assim como fiz na iniciativa privada. Estou entrando na vida política porque sei que posso contribuir para muitas mudanças que Manaus precisa e merece. Esse é um caminho que quero trilhar sem estar à sombra de alguém. Infelizmente, na nossa história local, os vices são meros coadjuvantes”, afirmou por meio da assessoria.
“Passa da hora de Manaus ter uma mulher comandando a Prefeitura de Manaus para, literalmente, arrumar a casa que, nos últimos anos, tem estado uma verdadeira bagunça”, completou a pré-candidata em fevereiro deste ano.
Alberto Neto, por sua vez, ao desfazer o elo com Coronel Menezes, com quem desde o fim do ano passado já se comentava nos bastidores que formariam a chapa puro-sangue indicada pelo ex-presidente Bolsonaro, ficou sem força para concorrer à eleição deste ano desde que lançou a pré-candidatura para a prefeitura de Manaus.
Com o período das convenções correndo até 5 de agosto, Neto encontrou uma alternativa em Seffair e havia confirmado que existia a possibilidade de ambos disputarem o pleito juntos. “Se eu não fosse pré-candidato, o meu candidato seria a Maria do Carmo, porque é uma candidata de direita que acredita no livre mercado, que acredita nos nossos valores: Deus, Pátria, Família, Liberdade”, disse.
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Após breves conversas, a união aconteceu. Mas vale voltarmos à linha do tempo e trazer a posição da Profª Maria do Carmo sobre seu posicionamento de ‘não ser candidata de ninguém, mas de representação para o povo’, enquanto Neto comentou ‘Vamos deixar a briga de lado’, referindo-se anteriormente a Menezes e outras alianças políticas.
Considerando apenas os números da recente pesquisa do Instituto Pontual, possivelmente a união não alterará significativamente o cenário. Na última pesquisa da Pontual, a candidata do Novo obteve 2,8% das intenções de voto, enquanto Alberto Neto alcançou 8,5%. Mesmo somando os dois percentuais, o total não superaria Roberto Cidade (União Brasil), que apareceu com 12,8%.
“Se isso vai gerar mais votos é algo a se esperar, porque a densidade da Profª Maria do Carmo, enquanto candidata, não era muito alta, e se existe uma combinação ideológica entre os dois, não destoa, e não vejo que pode prejudicar Alberto Neto”, finalizou Afrânio Soares.
Entramos em contato com as assessorias de Alberto Neto e da Profª Maria do Carmo. A equipe de campanha de Alberto Neto informou que haverá uma coletiva sobre a possível aliança nesta quinta-feira (25). A assessoria da empresária não deu retorno após nosso contato.
Ilustração: Marcus Reis
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