Após a repercussão da contratação de R$ 15,5 milhões para serviços pet, conforme noticiado pelo O Convergente, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) denunciou neste domingo (23) nas redes sociais a contratação da empresa Amazon RM Serviços de Cremação Ltda, fechada pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), para o serviço de cremação de animais. O montante representa quatro vezes o custo de construção do Hospital Público Veterinário do Amazonas, que foi de R$ 3,7 milhões.
O prazo do contrato entre o município e a empresa é de 12 meses para realizar 7.500 remoções e cremações de animais, conforme o edital do certame. O valor unitário cotado foi de R$ 2.075,00, conforme o objeto do contrato.
Pré-candidato a prefeito de Manaus, o parlamentar ainda ressaltou que “a prefeitura está pagando mais de R$ 2 mil por cada remoção e cremação, enquanto a mesma empresa cobra R$ 850 pela cremação coletiva”, questionando também os valores e a falta de transparência no processo licitatório.
O deputado também destacou que a Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) envolvida no processo, já foi implicada em casos de corrupção, como o escândalo da máfia do lixo. Além disso, ele fez uma comparação com o Hospital Público Veterinário de Recife, que, de acordo com informações da prefeitura local, teve um custo de apenas R$ 1,5 milhão para o município.
A prefeitura de Manaus está gastando o suficiente para construir três, quatro, cinco hospitais veterinários, como o que vimos em Recife. Contrataram num processo sem nenhuma transparência e cheio de suspeições. Um crematório por um valor maior do que eu ou você pagaríamos se fôssemos diretamente à mesma empresa. O que justifica essa diferença? Para onde está indo esse possível superfaturamento?”, questionou o adversário político.
O Convergente procurou a Prefeitura de Manaus e a Semulsp através do e-mail da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom), solicitando notas esclarecendo os apontamentos feitos pelo deputado federal Amom Mandel. Até o momento, a pasta não enviou a nota solicitada.
Outras denúncias
Vereadores da Câmara Municipal de Manaus debateram o assunto no parlamento durante sessão nesta segunda-feira (24). Eles querem que o secretário da Semulsp, Sabá Reis, esclareça o valor exorbitante do contrato. Durante as discussões, os parlamentares enfatizaram a importância de tornar o processo transparente e destacaram as prioridades da atual gestão municipal.
Um dos apontamentos foi do vereador Rodrigo Guedes (PP), político de oposição do prefeito de Manaus que apresentou um requerimento na tribuna.
Após a leitura do requerimento, o líder do prefeito na CMM, vereador Eduardo Alfaia (Avante), argumentou que o tempo do secretário municipal Sabá Reis é limitado e que ele trabalha muito. O parlamentar se prontificou a encaminhar um protocolo para sanar as dúvidas.
“Gostaria de sugerir à base que derrubássemos o requerimento porque o secretário Sabá Reis é alguém que acorda muito cedo, que trabalha bastante. Retirá-lo desse tempo para vir à Casa e tirar informações, ele se coloca à disposição para enviar, inclusive, e farei questão de enviar essas informações do requerimento diretamente no protocolo da presidência para tentar sanar alguma dúvida”, disse.
Foto: Assessoria/Amom/Reprodução/Instagram/@davidalmeidaam
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