A Controladoria da Venezuela, vinculada ao regime de Nicolás Maduro, declarou nesta quarta-feira (25) a inabilitação política de mais cinco opositores, incluindo dois prefeitos em exercício e três ex-deputados. Essa medida amplia uma lista já extensa de líderes privados de seus direitos políticos meses antes do processo eleitoral marcado para 28 de julho, quando Maduro buscará um terceiro mandato.
Nos últimos anos, o país tem sido palco de sanções desse tipo de forma sistemática, atingindo líderes com ampla popularidade, como María Corina Machado. Após vencer as primárias da oposição e liderar as pesquisas, a ex-deputada foi tornada inelegível para as eleições devido a acusações de irregularidades administrativas durante seu mandato de 2011 a 2014.
Agora, os alvos políticos afetados são os prefeitos de El Hatillo, Elías Sayegh, e de Los Salias, José Antonio Fernández López, juntamente com os ex-deputados Tomás Guanipa, Carlos Ocariz e Juan Carlos Caldera. Todos enfrentarão uma inelegibilidade de 15 anos, exceto o último, que terá uma sanção de 12 meses. Todos esses políticos são aliados do duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles, que também teve seus direitos políticos revogados.
A principal aliança opositora, a Plataforma da Unidade Democrática (PUD), afirmou que as medidas impostas pelo regime são ilegais. A oposição tem denunciado diversos obstáculos e ataques ao processo eleitoral, incluindo bloqueios para a inscrição de candidaturas e intervenções em partidos como o PJ, cujo controle foi judicialmente concedido a José Brito, acusado de colaborar com o regime.
Diosdado Cabello, considerado o segundo em comando no chavismo, rejeitou as acusações e afirmou que há trapaceiros dentro da oposição que estão tentando interferir no processo eleitoral. Ele instou as autoridades a revisarem as candidaturas dos opositores antes das eleições agendadas para julho.
O diplomata Edmundo González Urrutia anunciou, no último domingo (21), que aceitou oficialmente sua nomeação como candidato pela principal coalizão da oposição para competir nas eleições de julho contra o ditador. Sua candidatura foi inicialmente registrada de forma temporária pouco antes do prazo final, com o objetivo de garantir a presença da oposição nas cédulas. Esse movimento ocorreu em meio à inabilitação de Corina Machado e à impossibilidade de registrar Corina Yoris no sistema eleitoral; esta última foi escolhida para substituir a vencedora das primárias.
*Fonte: Estadão
Foto: “Nicolás Maduro: Medios de comunicación” by Eneas is licensed under CC BY 2.0
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