Durante a coletiva de lançamento da pré-candidatura do deputado federal Alberto Neto, que ocorreu nesta sexta-feira (22), o presidente estadual do PL Alfredo Nascimento negou que tenha feito qualquer acordo sobre candidatos. A declaração ocorreu após informações de que o presidente do PL-AM ter um suposto acordo com o prefeito de Manaus David Almeida (Avante).
Ao O Convergente, Coronel Menezes (PL) comentou sobre o suposto acordo que existia entre Alfredo Nascimento e David Almeida. De acordo com ele, o presidente estadual da sigla apoiaria a reeleição de David Almeida, tendo como vice o deputado Alberto Neto.
“Ele (Alfredo Nascimento) quer colocar o Alberto Neto como vice. E por isso ele destrói a chapa puro-sangue que foi desenhada e teve o aval de Bolsonaro. Com isso o Alfredo entra no jogo do David, o que pode acontecer é entrar o Alberto como vice. Porque a chapa ganhando, na percepção do Alfredo, ele também ganha indo para o congresso nacional e fica tudo legal”, disse ao O Convergente, na época.
Já nesta sexta-feira (22), Alfredo Nascimento iniciou o discurso na coletiva afirmando que passou muito tempo calado, mas que o que importava era a decisão final do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele ainda pontuou que a pré-candidatura não foi decidida por ele, e sim pelo PL nacional.
“Estou muito tempo calado e vendo as pessoas falarem muitas coisas […] A coisa mais importante para mim era a palavra do presidente Bolsonaro, ele fez uma ligação dizendo que iria conversar sobre o candidato de Manaus e eu fui a Brasília, conversamos com o presidente nacional e o Alberto é pré-candidato a prefeito de Manaus porque ele é o escolhido do presidente Bolsonaro, então ele é também o meu candidato”, disse.
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O presidente do PL-AM ainda reforçou que Alberto Neto não é candidato apenas dele, mas de toda a direita, uma vez que foi escolhido pelo próprio ex-presidente Bolsonaro. “Juntos vamos fazer essa candidatura e fazer toda população se envolver. O Alberto não é candidato dele mesmo, ele não é candidato do Valdemar, podemos até gerir essa empresa política, mas quem conta para isso é quem tem voto, e o voto é do Bolsonaro. Não tomei nenhuma decisão, conversei com todos, porque presido aqui o maior partido do país, mas tenho uma premissa que é a do partido”, reforçou.
Sem mencionar o tala cordo, Alfredo Nascimento só disse que não tinha acordo com nenhuma pessoa, só estava esperando a conversa com Bolsonaro para definir o futuro do PL nas eleições municipais. “Eu não firmei acordo com ninguém, não tinha ninguém assinado. Só conversei com o presidente Bolsonaro quando ele me ligou, fui lá e conversamos e ele disse do jeito que ele queria”, firmou.
Chapa puro sangue
Em discurso, o pré-candidato a prefeito de Manaus Alberto Neto falou da importância de ter Coronel Menezes na campanha, mas que ainda tem muita conversa pela frente. “Estamos aqui para unir a direita, a presença do Coronel Menezes na direita é muito importante e nós vamos fazer muitas conversas ainda. Tiveram alguns contratempos no passado e ficaram no passado, estamos conversando. Hoje é o pontapé inicial para iniciarmos as conversas”, explicou.
Questionado sobre a possibilidade da chapa entre Alberto Neto e Menezes em disputar as eleições, Alfredo Nascimento comentou que nada impede, mas que a ideia é agregar outros partidos. “Naturalmente, a gente quer agregar outros partidos, outras pessoas que também são de direita, isso tem um prazo, mas nada impede que tenhamos uma candidatura puro-sangue, sem discutir nomes, pode ser qualquer nome que esteja filiado ao partido até o dia 6 de abril”, explicou.
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Em participação no programa Debate Político, do O Convergente, Coronel Menezes pontuou que a chapa entre ele e Alberto Neto teria sido desenhada pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro. “Vamos vir como candidatos, isso é certo […] O presidente Bolsonaro tem uma chapa, Alberto na cabeça, a gente viria como um vice e pensando nos projetos futuros para 20206, como todos estão fazendo”, disse na entrevista.
Como noticiou O Convergente, Coronel Menezes tem dialogado com outros partidos para tentar emplacar a pré-candidatura. O político esteve na cerimônia de posse de Roberto Cidade no União Brasil Manaus e falou sobre as tratativas com as siglas.
“As tratativas estão boas, hoje apareceu uma nova oportunidade […]. Qual o partido político que tem um candidato que saiu da última eleição com mais de 52% dos votos em Manaus e o partido tira ele do jogo? Com certeza, pode ser interesse não é do povo, mas por parte da pessoa que dirige o partido, porque isso não existe nunca na política”, pontuou.
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Por Camila Duarte
Foto: Marcus Reis