Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tirar o sigilo dos depoimentos de militares e civis, nesta sexta-feira (15), que foram ouvidos no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder apesar da derrota nas eleições de 2022.
Em alguns depoimentos, como o do ex-comandante do Exército Freire Gomes, apontaram detalhes sobre as diferentes versões da minuta de decreto que seria usada para embasar a tentativa.
A primeira versão do documento foi revelada pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Para a Polícia Federal, ele informou que a minuta foi apresentada em 19 de novembro de 2022 para o então presidente Bolsonaro em uma reunião no Palácio do Alvorada.
De acordo com o texto do depoimento, Cid alegou que a minuta determinava a prisão dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e previa a realização de novas eleições.
A segunda versão previa o estabelecimento de estado de sítio “dentro das quatro linhas”. Essa parte da minuta foi apreendida no gabinete de Jair Bolsonaro na sede do Partido Liberal.
A terceira versão previa o estabelecimento de um estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa é a que foi apreendida na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Depoimento
O tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, disse em depoimento à Polícia Federal (PF) que o general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, ameaçou prender o ex-presidente Jair Bolsonaro caso levasse adiante uma tentativa de golpe de Estado.
“Depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de alguns institutos previstos na Constituição (GLO ou estado de defesa ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, disse o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB).