"Eleição não faz parte dos meus planos", destaca Marcelo Ramos durante o programa "Debate Político"

O ex-deputado federal Marcelo Ramos (PSD) foi o entrevistado da semana no programa “Debate Político”, que foi ao ar na última terça-feira (24). Em conversa com a apresentadora e CEO da empresa, Érica Lima Barbosa, ele descartou a ideia de se candidatar nas eleições municipais do ano que vem. O programa foi exibido pela TV Rede Onda Digital, através do canal 8.2, e pelo canal do Youtube da Rede Onda Digital.

No bate-papo, ele destacou as ações que fez enquanto deputado federal pelo Amazonas. Marcelo Ramos chegou a ocupar inteiramente a cadeira de presidente da Câmara Federal, além de ter sido vice-presidente da Câmara. O ex-deputado também foi apontado como o mais atuante.

“Quem quer contestar, conteste com números. Apresente um deputado que aprovou mais projetos de lei do que eu […] Não é uma questão de vaidade, é uma questão de fatos!”, disse.

Sobre não ter conseguido se reeleger, o político afirmou que respeita a vontade dos eleitores e que não precisa de política para se sustentar. “Eu respeito a vontade do povo, inclusive quando ela é diferente da minha. Então, eu respeito a decisão do povo que optou por não me reeleger e toco minha vida. Eu não preciso de política na minha vida”, pontuou.

Mesmo sem mandato, Ramos afirmou que continua tendo uma boa articulação para conseguir melhorar a vida dos amazonenses, uma vez que as emendas parlamentares destinadas por ele aos municípios continuam chegando.

“Ter mandato ou não ter é uma decisão do povo. Usar a vida para contribuir para a vida do povo do Amazonas é uma decisão pessoal”, disse.

Economia e guerra

Questionado sobre um possível aumento no preço dos combustíveis nas bombas brasileiras devido à guerra no Oriente Médio, o também economista explicou que a Petrobras segue uma política de preços nacional, portanto, o que pode aumentar é o diesel, por ser exportado, mas que o Brasil tem autonomia.

“Não dá para cada vez que os árabes resolvem aumentar o preço do petróleo, a gente sofrer as consequências aqui. O Brasil tem certa autonomia na produção de petróleo, na produção de gasolina, é mais dependente na produção do diesel, mas, na gasolina, tem autonomia e é importante que a gente use essa autonomia para fazer o combustível chegar mais barato para o cidadão”, explicou.

Com relação ao preço dos combustíveis no Amazonas, Ramos explicou que, de fato, o Estado possui uma das gasolinas mais caras do Brasil, ao lado da Bahia, uma vez que a refinaria é privatizada.

“Quem vende os combustíveis para o Amazonas e para a Bahia não é a Petrobras. Eles continuam seguindo o preço de qualidade internacional do petróleo, tanto que Manaus e Salvador têm o combustível mais caro do Brasil, porque não seguem a política de preços da Petrobras, porque as refinarias foram privatizadas”, afirmou.

Eleições

Para a apresentadora, Marcelo Ramos frisou que não pretende concorrer nas eleições do ano que vem. Ele explicou que começou desde novo na política e que agora quer dar atenção à família e conseguir o sustento de iniciativas privadas.

“Hoje, com 50 anos, ainda tenho energia para dar estabilidade para mim e para minha família e não vai ser na política que eu vou alcançar isso. […] Fiz uma opção para migrar para iniciativa privada […] porque eu quero provar que eu posso ter estabilidade e dar estabilidade financeira para minha vida e para vida da minha família não pensando em eleição”, disse.

“Eleição não faz parte dos meus planos. Nunca mais vai acontecer? Claro, é muito difícil a gente dizer. Mas eu não trabalho para isso e não desejo isso”, ponderou.

Sobre as articulações do PSD para as eleições 2024, o ex-deputado comentou que segue aguardando orientações do senador Omar Aziz para saber quem o partido deve apoiar, mas que a ideia é que o atual prefeito David Almeida (Avante) seja um nome representado pela sigla, caso ele não se filie em outro.

“A tendência é acompanhar o prefeito David Almeida, mas a política é dinâmica […], mas eu mesmo vou seguir orientação do senador Omar Aziz, mas não tenho interesse em participar dessas articulações”, afirmou.

Reforma tributária

Quando era deputado, Marcelo Ramos era uma das principais vozes da bancada federal do Amazonas na defesa da Zona Franca de Manaus. Ele afirmou que continua defendendo o modelo econômico amazonense e ressaltou que tem se preocupado no modo como a proposta da reforma será votada.

“O que mantém a ZFM é a vantagem comparativa entre quanto se paga de imposto aqui e quanto se paga em São Paulo. Porque é muito melhor produzir em São Paulo, os insumos estão lá […]. Se o empresário pudesse escolher naturalmente, ele escolheria São Paulo. Mas o benefício aqui é tão grande, que se comparado, é muito melhor produzir aqui”, disse.

“Nós discutimos uma ideia de criar um crédito ao invés de um imposto. O governo federal não está topando e, na última reunião, ficou acertada uma contribuição, que também depende do voto de uma lei complementar”, completou.

O ex-deputado ainda afirmou que tem alertado a bancada federal sobre a votação da reforma tributária, para que o Amazonas não sofra consequências. “Então, eu estou muito preocupado com essa solução que empurre o problema da Zona Franca para a aprovação de uma lei complementar, que crie um imposto para os outros 26 estados para proteger o nosso […] Tenho alertado a Suframa e a nossa bancada de que esse não é o caminho, é um caminho perigoso. Esse é o maior risco da reforma tributária”, pontuou.