A candidata presidencial argentina derrotada no primeiro turno Patricia Bullrich anunciou, nesta quarta-feira, que apoiará o libertário de extrema-direita Javier Milei no polarizado segundo turno, no próximo mês, contra o ministro peronista da Economia, Sergio Massa.
“A urgência do momento obriga-nos a não sermos neutros”, disse a conservadora Bullrich em coletiva de imprensa.
“A Argentina não pode iniciar um novo ciclo kirchnerista liderado por Sergio Massa”.
Bullrich obteve 23,8% dos votos no primeiro turno das eleições de domingo, terminando em terceiro, atrás do surpreendente líder Massa, com 36,7%, e Milei, com pouco mais de 30%, resultado que desafiou as pesquisas pré-eleitorais, que previam uma vitória de Milei.
“Para que a Argentina avance, é necessária uma mudança radical”, disse Bullrich. “Temos nossas diferenças com Javier Milei, por isso competimos. Não as escondemos […], mas acreditamos que devemos unir forças para um objetivo maior”.
Algumas das propostas de Milei incluem a dolarização da economia e o fechamento do banco central.
Apesar do apoio de Bullrich a Milei, seu bloco conservador mais amplo, “Juntos por el Cambio”, permanece dividido antes do segundo turno, em 19 de novembro, uma vez que compreende grupos diferentes.
Candidatos
Javier Milei, autodenominado “anarcocapitalista”, é da coalizão conservadora La Libertad Avanza, e se coloca como representante de um liberalismo extremo. Entre suas propostas, estão a redução drástica de subsídios e do aparato estatal. Num discurso com idas e vindas, ele já propôs o fechamento do Banco Central, a saída do Mercosul e a dolarização da economia, medida vista como inviável por economistas menos radicais.
Ele passou a ganhar notoriedade ao começar a dar uma série de entrevistas polêmicas e se elegeu deputado em 2021. Nas primárias, foi o candidato mais votado, com cerca de 30% dos votos.
Leia mais: Em eleição polarizada, Sergio Massa e Javier Milei disputam segundo turno na Argentina
__
Por July Barbosa com informações CNN
Revisão textual: Vanessa Santos
Foto: Divulgação
Receba no seu WhatsApp notícias sobre a política no Amazonas.