32.3 C
Manaus
sábado, julho 6, 2024

Restrição de navios no Porto Chibatão pode causar falta de insumos e de alimentos, aponta economista

Nessa quarta-feira (11), o Porto informou que restringiu a navegação em Manaus devido à seca que afeta o Amazonas

Por

Os impactos da severa estiagem que atinge o Amazonas já começam a afetar a economia local. Nessa quarta-feira (11), o Porto Chibatão, principal local em que produtos chegam à capital amazonense, informou que está restrita a entrada de navios em Manaus.

O porto é considerado um dos maiores complexos portuários da América Latina. No Chibatão, diariamente, diversos navios de cabotagem de empresas mundiais fazem o transporte de produtos e mercadorias.

Nas margens onde fica localizado o Porto Chibatão, são recebidos contêineres com mercadorias vindas pelos rios da Amazônia que, atualmente, sofrem com a severa seca. Com o Rio Negro abaixo dos 15 metros, fica quase impossível fazer a navegação de grandes navios.

Em nota divulgada nessa quarta-feira, o Porto comentou sobre a situação de navegabilidade dos rios em Manaus. A partir da data de publicação, fica estabelecida a restrição temporária da entrada de navios em Manaus.

“Nesse momento, não há uma estimativa do que será feito, e os armadores estão analisando todas as possibilidades. Continuaremos monitorando e manteremos todos informados”, diz um trecho da nota.

Até esta quarta-feira, 48 municípios do Amazonas estavam em situação de emergência por conta da estiagem, que já afeta 392 mil pessoas.

Impactos econômicos

Ao Portal O Convergente, a economista Denise Kassama explicou que a interdição do Porto Chibatão ocorre devido às águas do rio estarem baixas e, por isso, os navios de grande porte ficam “sem fundo” para navegar e ancorar no Porto.

“É evidente que o Porto Chibatão está interditado, significa que não há calado, fundo de rio suficiente para que os barcos e navios aportem nele”, disse. “Se aqui está ruim, que é uma região que não deveria ter esse problema, demonstra que o trajeto pelo rio como um todo deve estar muito difícil por conta da seca”, explicou.

Ela ainda apontou os impactos econômicos que podem afetar a região devido à restrição do Porto Chibatão, o que pode acarretar falta de insumos para produção em indústrias e até pode ocasionar demissões nas empresas da Zona Franca de Manaus.

“Se essa cerca se perdurar por muito mais tempo, isso significa que pode faltar insumos para as indústrias do Polo Industrial de Manaus e, sem insumos, elas não produzem e se não produzem, elas têm mão de obra parada ou demitida por conta dessa paralisação”, afirmou.

Ao O Convergente, ela ainda reforçou que os economistas têm acompanhado o cenário com “temor”. Além de afetar o setor industrial, a restrição no Porto Chibatão pode atingir o dia a dia das famílias manauaras, como na alimentação.

“Pode afetar toda população, porque pode faltar produtos de consumos, alimentos que vem de fora, produtos podem faltar, porque não estão chegando”, disse.

Leia mais: Cota do Rio Negro atinge a marca de quinta maior seca da história do Amazonas

___

Por Camila Duarte

Revisão textual: Vanessa Santos

Ilustração: Marcus Reis

📲 Receba no seu WhatsApp notícias sobre a política no Amazonas.

Fique ligado em nossas redes

Você também pode gostar

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img

Últimos Artigos

- Publicidade -