O governador do Amazonas Wilson Lima anunciou, na manhã desta sexta-feira (29), a criação do comitê de gerenciamento de crise da estiagem, além de decretar situação de emergência. A seca deste ano é considerada severa. Das 62 cidades do Amazonas, apenas duas não sentem os efeitos da estiagem, 19 municípios já decretaram emergência.
A previsão do Governo do Amazonas é que 58 cidades entrem em emergência. “Pode ser que isso aconteça, pode ser também que não aconteça. Mas temos dados que nos indicam essa possibilidade de ter essa situação. Mas a gente não consegue cravar com precisão”, disse o governador.
O intuito do comitê é reduzir impactos da estiagem. Em reunião com o governo federal, o governador falou sobre a necessidade do suporte das Forças Armadas, Força Aérea Brasileira, para ajudar na logística, uma vez que muitos municípios já estão tendo dificuldade para conseguir alimentos e água potável devido à seca dos rios.
No último dia 12 de setembro, o governador Wilson Lima assinou o decreto de Situação de Emergência Ambiental em municípios das regiões Sul do Amazonas e Metropolitana de Manaus. Ele também apresentou o plano de ação da Operação Estiagem 2023, envolvendo 30 órgãos da administração direta e indireta do Governo do Amazonas, com o recurso estimado em R$ 100 milhões em ações.
Entre as medidas que já estão sendo tomadas, estão o apoio às famílias afetadas em áreas como saúde e abastecimento de água, bem como a distribuição de cestas básicas, kits de higiene pessoal, renegociação de dívidas e fomento para produtores rurais.
Segundo levantamento realizado pela Defesa Civil do Amazonas, por meio do Centro de Monitoramento e Alerta (Cemoa), e divulgado nesta terça, 15 municípios das calhas do Alto Solimões, Juruá e Médio Solimões estão em situação de emergência. Outros 40 estão em estado de alerta e cinco em atenção.
Ainda, segundo a Defesa Civil do Estado, a previsão é que, devido à influência do fenômeno climático El Niño, que inibe formação de nuvens de chuva, a estiagem deste ano seja prolongada e mais intensa se comparada a anos anteriores, podendo ultrapassar 50 o número de municípios afetados.
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Por July Barbosa
Revisão textual: Vanessa Santos
Foto: Divulgação / Ilustração: Marcus Reis
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