A Câmara Municipal de Vereadores de Borba, município a 210 quilômetros de Manaus, iniciou o processo de cassação de mandato do vice-prefeito José Pedro Graça (PSD), o “Zé Pedro”. Recentemente, os parlamentares de Borba arquivaram o processo de impeachment contra o prefeito Simão Peixoto (PP).
A abertura do processo se deu por maioria dos votos, nessa segunda-feira (18). O pedido de cassação ocorre após uma denúncia da secretária de Educação contra o vice-prefeito por suposta infração política administrativa relacionada à secretaria.
Para alguns parlamentares, a possível perda de mandato do vice-prefeito seria uma retaliação. A vereadora Enfermeira Tatiana (PTB), que foi relatora do processo de cassação do mandato de Simão Peixoto, questionou a votação contra Zé Pedro.
De acordo com a denúncia, o vice-prefeito teria firmado um contrato com uma empresa para aquisição de combustível por mais de R$ 1 milhão, com dispensa de licitação. Na época em que o contrato foi firmado, ele era prefeito interino de Borba. Conforme a denúncia, a empresa escolhida tinha como proprietário o esposo da sobrinha do atual prefeito.
O Portal O Convergente procurou o vice-prefeito, através de mensagens, mas não obtivemos retorno, até o fechamento desta matéria. Nas redes sociais, o político tem feito publicações com músicas evangélicas e até mesmo frases sobre superar obstáculos.
Troca de farpas
A votação da Câmara de Borba ocorre uma semana após o vice-prefeito fazer declarações polêmicas sobre a gestão de Simão Peixoto. Em entrevista para uma rádio, ele afirmou que o prefeito tem feito ameaças a ele e a sua família. “As ameaças continuam. Muitas exonerações desde o dia 8 para cá. As pessoas que fizeram parte da gestão, não do José Pedro, mas sim da prefeitura, quem participou da gestão, ele [Peixoto] está mandado embora, perseguindo todo mundo”, disse na entrevista.
Após a repercussão dos comentários, Simão Peixoto emitiu uma nota e afirmou que as falas do vice foram infundadas e levianas, que não o persegue e jamais o ameaçou. Vale lembrar que, quando o prefeito retornou ao poder de Borba – uma vez que estava afastado após ser preso alvo de investigações – o mesmo fez um discurso alegando que Zé Pedro foi “o cara mais burro da história” e que ele teria perseguido quem votou nele.
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Por Camila Duarte
Revisão textual: Vanessa Santos
Ilustração: Marcus Reis