Pouco antes de começar o julgamento do Marco Temporal, no Supremo Tribunal Federal (STF), o cacique caiapó Raoni foi barrada na entrada do STF, nessa quarta-feira (30). A informação foi divulgada pela assessoria do líder indígena.
Raoni é uma das mais importantes personalidades indígenas conhecidas no Brasil e está em Brasília para acompanhar o julgamento do Marco Temporal. Conforme informou a assessoria do cacique, os seguranças não souberam explicar o motivo pelo qual o barraram.
O Correio Braziliense apurou que, faltando dois minutos para o início da sessão, Raoni continuava do lado de fora do STF aguardando permissão para acompanhar o julgamento na sede.
Após o desentendimento, foi informado à imprensa que o cacique se recusou a usar a pulseira de identificação, que permite o acesso ao STF, conforme acordado entre o Supremo e os movimentos indígenas. Após diálogo entre as lideranças indígenas e os seguranças, a entrada de Raoni foi liberada.
Em Brasília, movimentos indígenas fazem manifestação desde a manhã desta quarta-feira. Um telão do lado de fora do STF foi montado para que os mesmos possam acompanhar o julgamento.
Diversos movimentos indígenas pedem que o Marco Temporal seja declarado inconstitucional. Os ministros vão retomar o julgamento que defende a tese de que comunidades indígenas devem ser marcadas apenas em terras ocupadas a partir do dia 5 de outubro de 1988, data em que foi promulgada a Constituição Federal.
Até o momento, os ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin votaram contra o Marco Temporal, e o ministro Nunes Marques, a favor. O julgamento de hoje deve ter os votos dos ministros André Mendonça, Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e a presidente do Tribunal, Rosa Weber.