Na sessão plenária desta segunda-feira (14), o vereador Raiff Matos usou o tempo de fala para comentar sobre o caso dos protestos contra a palestra de André Lajst na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que resultou na prisão do estudante Christopher Rocha. Em discurso na Câmara Municipal de Manaus, Raiff Matos alegou que é uma “preocupação com o ambiente acadêmico”.
Na última quinta-feira (10), Lajst era o convidado especialista em Oriente Médio e Segurança Nacional para participar do I Simpósio Ajuricaba de Liberdade na Amazônia. No entanto, a presença dele causou uma confusão e alvo de protestos por fazer “apologia ao genocídio do povo palestino”.
De acordo com o líder da bancada evangélica na CMM, o comportamento dos alunos foi ‘antissemitista, que significa ódio aos judeus. “Esse Simpósio trouxe um palestrante judeu, onde a palestra era sobre empreendedorismo. […] Não se estava falando de religião A ou B. É preciso respeitar o ambiente acadêmico”, disse.
O vereador de Manaus ainda chamou os protestantes de ‘esquerda-extremista’ e alegou que “era para estarem estudando na sala de aula”. “Foram manifestar não pelo tema da palestra, mas pelo palestrante ser judeu”, disparou.
“Não podemos compactuar com isso. É lastimável esse tipo de comportamento de extrema-esquerda, que inclusive queimou a bandeira do instituto, entrou na sala de aula, quebrou. Fica aí meu repúdio a esses manifestantes”, disse.
O Portal O Convergente procurou o estudante Christopher Rocha para explicar as falas do vereador de Manaus e aguarda resposta.
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Por Camila Duarte
Revisão textual: Vanessa Santos
Foto: Divulgação / Ilustração: Marcus Reis