A inflação brasileira ficou negativa em junho depois que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de 0,08%, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (11/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A última vez que o país registrou deflação foi em setembro de 2022.
O IPCA é um indicador utilizado no Brasil para medir a variação média dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias. Ele é calculado mensalmente pelo (IBGE) e considerado o índice oficial de peso do país.
A queda do mês de junho foi influenciada, principalmente, pelos grupos de alimentação, bebidas e transportes. No setor de transporte, por exemplo, a queda nos preços de carros novos foi o precursor para puxar o resultado do IPCA para baixo.
As principais quedas do IPCA foram em alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%), conforme previsto. Artigos de residência (-0,42%) e comunicação (-0,14%) também tiveram quedas no mês passado. Por outro lado, o maior impacto nas altas foi de habitação, que também teve variação (0,69%) mais acentuada.
Mourão Júnior, economista amazonense, ao comentar os resultados do IPCA de junho, afirmou que uma inflação em queda não se configura em uma redução direta nos preços.
“O que estamos presenciando é a redução da inflação causada pela Selic alta 13,75%, e isso obriga vários setores da economia a estagnarem. Como esses setores estão com seus estoques altos, causa redução nos preços de alguns itens, mas ao mesmo tempo provoca um baixo crescimento econômico e um aumento do desemprego. Precisamos, com a máxima urgência, baixar a Selic para que a economia volte a funcionar”, pontuou Mourão.
Mourão também comentou sobre o reflexo da quebra de braço entre governo e Banco Central. “O Brasil precisa voltar a crescer e não tentar ficar buscando o teto da meta de inflação. Atualmente, com essa inflação acumulada, estamos abaixo do teto da meta e isso sim prejudica, e muito, a economia brasileira”, finalizou o economista.
Vale ressaltar que a queda do IPCA não se trata de uma queda de imposto, mas sim de uma redução na taxa de sobrevivência, ou seja, uma desaceleração no aumento geral dos preços.
Edição: Karina Garcia
Revisora: Vanessa Nunes
Foto: Divulgação
