O Portal O Convergente iniciou uma campanha para o Festival de Parintins de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. As ações focam na prevenção e informação sobre canais de denúncia. O nosso correspondente diretamente da Ilha Tupinambarana, Rodrigo Guimarães, atuará fazendo esse alerta.
O objetivo da mobilização é convocar a população parintinense para o compromisso de proteger as crianças e adolescentes. A ideia é fazer a divulgação do Disque Direitos Humanos – o Disque 100 – serviço gratuito que funciona 24h durante os sete dias da semana para receber denúncias de violência contra crianças e adolescentes e do Conselho Tutelar.
É importante lembrar que a responsabilidade pelo enfrentamento desse problema é de todos: governo, sociedade civil, escolas, famílias e indivíduos. A criação de um ambiente seguro, o fomento à educação e o fortalecimento de políticas públicas são alicerces essenciais nesta luta. O combate ao abuso e à exploração sexual infanto-juvenil exige vigilância constante, denúncia de suspeitas e educação preventiva. A linha de frente desse combate somos todos nós e é por meio da informação, conscientização e empatia que podemos fazer a diferença.
Especialista
A assistente social Ana Paula Angiole, especialista no tema, falou sobre o assunto: “A violência contra a criança e o adolescente no nosso estado é algo que ocorre corriqueiramente, não tem um cuidado, uma proteção, mas há uma naturalização dessa violência e, quando se olha para a violência sexual, acaba sendo banalizado, quando se trata do abuso sexual, ele vai ganhar uma notoriedade maior em comparação à exploração sexual. O abuso chama uma atenção maior de revolta e tudo mais, mas, quando entra na questão da exploração, há uma banalização desse processo na região, porque se furtem no imaginário que as meninas e meninos, porque é importante salientar que os meninos também estão nesse processo, eles vão, porque querem uma vida fácil, ganhar dinheiro fácil, porém não se há um olhar para uma rede, uma teia muito bem jogada dentro das nossas florestas, dentro dos nossos municípios, dentro da nossa cidade que levam esses meninos e meninas, que obrigam. Se não houver um interesse das autoridades e um despertar da consciência da população para cuidar dos nossos meninos e meninas, nós vamos continuar vendo no seio da nossa floresta, casas como essa, porque se impõe um poder, que poder? O econômico, nossas famílias ribeirinhas vivem em processo de vulnerabilidade, ausência e abandono do poder público, da segurança pública.”
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Por July Barbosa
Revisão textual: Vanessa Santos
Foto: Divulgação / Ilustração: Marcus Reis