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segunda-feira, julho 8, 2024

Governo Lula supostamente irá rever suas articulações para conter novas derrotas no Congresso

Um dos primeiros passos foi dado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha

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Diante da sua maior crise política desde o início do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admite rever a articulação com o Congresso para manter a governabilidade no restante do mandato, mas ainda busca caminhos para melhorar essa relação.

No receituário traçado por líderes partidários ouvidos pelo Globo, a solução para o Palácio do Planalto não ampliar a lista de derrotas em votações importantes inclui desde mudanças na composição dos ministérios até a definição de novos interlocutores com os parlamentares.

Um dos primeiros passos foi dado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Ele fez chegar ao presidente da legenda, Marcos Pereira, que gostaria de uma reunião nos próximos dias.

O mesmo tempo, o “choque de realidade” na votação da MP que reestruturou os ministérios aprovada apenas na véspera de perder a validade motivou uma espécie de mea-culpa no Planalto. Aliados de Lula avaliam ter até a próxima semana para repactuar a relação com os líderes partidários do Congresso, pois já no dia 14 outra importante medida perde a validade, a da nova versão do Minha Casa, Minha Vida.

Líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR) aponta que, até agora, 230 deputados novos não conseguiram sequer cadastrar suas propostas de solicitação de recursos nos ministérios de Educação, Saúde, Agricultura, Cidades e Integração Nacional, fruto de um acordo feito ainda no período da transição de governo.

“Isso é problema do ministério, que tem dotação orçamentária. Foi feito um acordo e você não abre nem para cadastrar proposta, como vai empenhar e pagar? “questiona o líder do PT.

Integrantes do governo já admitem, nos bastidores, que será necessário um ajuste ministerial nas próximas semanas. Além de levar o Republicanos para a base aliada, esses auxiliares de Lula avaliam que o governo deveria contar com PP no redesenho na Esplanada. A solução seria acomodá-lo em pastas que estão, atualmente, com União Brasil.
Na semana passada, ao se reunir com o líder do União, Elmar Nascimento (BA), Lula reconheceu que houve falhas no processo de escolha dos ministros da cota do partido.

Integrantes da legenda interpretaram a declaração como oportunidade para trocar algum dos nomes da sigla no primeiro escalão do governo. Como mostrou O GLOBO na sexta-feira, há negociações para emplacar o deputado Celso Sabino (União-PA), o que não deixaria de ser um aceno a Arthur Lira (PP-AL), já que são aliados. Sabino entraria no lugar de Juscelino Filho (Comunicações) ou de Daniela Carneiro (Turismo).

A relação com Lira é outro ponto de atenção. Um aliado do presidente da Câmara cita que não haverá uma trégua enquanto o governo não oferecer um controle maior do orçamento dos ministérios à Casa, nos moldes do que ocorria no governo Bolsonaro. À época, parlamentares enviavam recursos às suas bases via emenda de relator mecanismo do chamado orçamento secreto.

De acordo com Randolfe, Lula chamará líderes e vice-líderes da Câmara e do Senado, de forma separada, a partir desta semana, para agradecer o apoio na MP da reestruturação dos ministérios.

Líderes aliados a Lula, contudo, entendem que só haverá solução com as trocas de Padilha, responsável pela articulação política, e do ministro da Casa Civil, Rui Costa. A avaliação é que o primeiro perdeu a credibilidade nas negociações, porque os seus compromissos não são cumpridos e Costa é considerado insensível. Ao nomeá-lo, Lula buscou, segundo suas próprias palavras, uma “Dilma de calças”, em referência ao estilo durão adotado pela ex-presidente, quando esteve à frente da Casa Civil entre 2005 e 2010. Mas os aliados lembram que a conjuntura hoje é completamente diferente dos dois primeiros governos Lula.

Apesar dos apelos feitos nos bastidores, não há, porém, indicativo de que o presidente esteja disposto a mexer na cozinha de seu governo.

Leia mais: Sem transparência, Prefeitura de Uarini gastará mais de R$ 1 milhão em fardamento

Por informações do Globo

Foto: Divulgação

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