Segundo levantamento com 34 países, que já divulgaram dados para o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2023, a economia desses países apresentou um crescimento médio de 0,4% no período, de acordo com os dados disponibilizados pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
São 27 economias em crescimento, uma com estabilidade (Alemanha) e 5 com retração, na comparação com o trimestre anterior.
Brasil
O PIB do Brasil cresceu 1,9% no primeiro trimestre em relação ao trimestre anterior, de acordo com informação divulgada nesta quinta-feira (1º) pelo IBGE. O país está entre os três que tiveram o melhor resultado no período, atrás apenas de Polônia e China. Holanda, Irlanda e Lituânia ficaram na lanterna do ranking.
O resultado do início desse terceiro mandato é bem diferente da queda registrada no início do primeiro governo Lula, quando o presidente utilizou o discurso de que os resultados estavam ligados a uma suposta “herança maldita” da gestão anterior.
Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), a soja, o principal cultivo, teve ganhos de produtividade e crescimento significativo na produção anual (24,7%).
Com exceção do arroz (-7,5%), outras culturas também avançaram entre janeiro e março, como milho (8,8%), fumo (3,0%) e mandioca (2,1%).
“A safra da soja é concentrada no primeiro semestre do ano. Ao compararmos o quarto trimestre de um ano ruim com um primeiro trimestre bom, observamos esse crescimento expressivo da agropecuária”, afirma Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
China e EUA
Enquanto a potência asiática ganhou fôlego no período, os EUA e outros países registraram desaceleração. A perspectiva é de esfriamento da economia global ao longo deste ano, o que afeta também o Brasil, diante do aumento generalizado de juros para combater a inflação.
A China cresceu 2,2% no período entre janeiro e março. O fim das restrições contra a Covid-19 e o esforço de Pequim para acelerar o crescimento ajudaram a economia chinesa a se recuperar após ter registrado um de seus piores resultados no ano passado.
Nos EUA, a economia cresceu a uma taxa anualizada de 1,3%, com desaceleração em comparação com o final de 2022 e abaixo das estimativas de mercado. Com a desaceleração, há expectativa de que a autoridade monetária dos EUA tenha mais cautela na definição de sua política monetária, diante dos temores de uma possível recessão.
A Zona do Euro apresentou crescimento de apenas 0,1%, mas algumas economias, como Portugal, tiveram desempenho acima da previsão de boa parte dos analistas.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) avalia que, após dois anos de demanda elevada depois da pandemia da Covid-19, a economia global deve desacelerar neste e no próximo ano.
Por Kalinka Vallença com informações da Folha de SP
Foto: Divulgação / Ilustração: Marcus Reis