O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), enviou um ofício ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, pedindo para a estatal não retirar a sonda que mantém no Amapá, na bacia da Foz do Amazonas, considerada o “novo pré-sal” do país.
Nesta semana, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) negou a licença para a estatal perfurar um poço exploratório na região.
“Nesse sentido, solicito avaliar a possibilidade, dentro da mais estrita legalidade, observância das regras de governança e interesse da companhia, de manutenção da sonda e dos recursos destinados à realização do poço mobilizados por tempo adicional que possibilite o avanço das discussões com o Ibama para o licenciamento desta importante atividade”, diz o documento da Minas e Energia à Petrobras.
A Petrobras já havia anunciado que iria desmobilizar a sonda e os demais recursos aplicados enquanto recorre da decisão. Em nota, a estatal se disse surpresa com a decisão que suspendeu o processo de licenciamento ambiental no Amapá.
“A Petrobras recebeu com surpresa a notícia de indeferimento do processo de licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59 em Amapá Águas Profundas e informa que ainda não foi notificada oficialmente. A companhia continuará buscando essa licença e exercerá seu direito de pedir reconsideração em âmbito administrativo”.
“Briga interna”
Com o ofício, Silveira entra na briga política contra a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, pasta ao qual o Ibama é subordinado. O embate é a primeira crise interministerial desde que o presidente Lula (PT) tomou posse em janeiro.
Silveira é aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do senador pelo Amapá David Alcolumbre (União Brasil). A decisão do Ibama levou o líder do governo no Congresso, senador pelo Amapá Randolfe Rodrigues, a se desfiliar da Rede Sustentabilidade, partido fundado por Marina Silva.
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Da Redação com informações CNN
Foto: Divulgação / Petrobras