Ao autorizar prisões, buscas e apreensões na quarta-feira (3), na operação que investiga fraudes em cartões de vacinação, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou também a apreensão do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro e demais investigados. A PF, no entanto, afirma que não apreendeu o passaporte do ex-presidente.
A PF investiga uma suspeita de fraude nos registros de vacinas, tanto do ex-presidente quanto da filha. Segundo as apurações, teria sido falsamente inserida a informação de que Bolsonaro e a jovem se vacinaram para ambos poderem entrar nos Estados Unidos.
Seis pessoas foram presas na operação deflagrada pela PF, entre elas Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
“[Determino] A busca e apreensão de armas, munições, computadores, passaporte, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, bem como de quaisquer outros materiais relacionados aos fatos aqui descritos, a ser realizada concomitantemente com diligências policiais previstas no artigo 6º do Código de Processo Penal”, ordenou Moraes.
Operação
A operação foi autorizada por Moraes dentro do inquérito das “milícias digitais”, que já tramita no STF.
Segundo informações, a suposta fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro e da filha de 12 anos aconteceu por volta do dia 21 de dezembro do ano passado, pouco antes de viajarem para os Estados Unidos (no penúltimo dia de mandato).
Bolsonaro diz que não tomou a vacina. Segundo investigações, o suposto registro foi incluído no sistema para que o ex-presidente pudesse entrar nos Estados Unidos. Após ser lançado no ConecteSUS, é possível gerar um comprovante de imunização. Os dados foram retirados do sistema no dia 27 do mesmo mês.
Bolsonaro chora
Durante entrevista na quarta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chorou ao afirmar que não cometeu “nenhuma fraude”, após ser alvo de operação da Polícia Federal (PF) que investiga irregularidades em dados de vacinação contra a Covid-19. Segundo o ex-mandatário, o cumprimento de mandados de busca e apreensão na casa dele, pela manhã, foi uma ação policial com o objetivo de “esculachar”.
“Essa questão de hoje, receber a PF na sua casa, não há dúvida de que é o que eu chamei de operação para te esculachar. Poderiam perguntar sobre vacinação para mim, sobre o cartão, eu responderia, sem problema nenhum. Agora é uma pressão enorme, 24 horas por dia, o dia todo, desde antes de assumir a Presidência, até agora. Não sei quando isso vai acabar”, declarou durante o programa Pânico, da Jovem Pan.
“Por que eu fico emocionado? Mexeu comigo, sem problema. Agora vai para a esposa, para a filha… É desumano”, prosseguiu.
Após a operação em sua residência, Bolsonaro reafirmou que não tomou a vacina contra a Covid-19 e negou ter falsificado dados. “Não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina. Li a bula e não tomei. Minha filha de 12 anos não tomou. A Michelle [Bolsonaro] tomou nos EUA”, disse a jornalistas em frente a casa onde mora, em Brasília.
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Da redação
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