O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com a imprensa na noite dessa sexta-feira, 10/2, após agenda nos Estados Unidos, onde encontrou Joe Biden, chefe de Estado americano. O mandatário afirmou que o Brasil “volta ao cenário mundial utilizando sua potência política, a respeitabilidade que conquistou”.
Ele ressaltou a importância da relação entre ambos os países no âmbito econômico, político e cultural, dizendo ter conversado com Biden sobre interesses das nações “tanto no campo da igualdade social, racial, quanto no campo da democracia, energia limpa, questão climática e fortalecimento da democracia”.
“Nossas equipes vão continuar conversando em todas as áreas para que a gente possa ter uma evolução muito importante para Brasil e Estados Unidos”, informou.
Lula pontuou que sentiu vontade do presidente Biden em participar da construção de um fundo com todos os países desenvolvidos para “cuidar melhor do nosso planeta”, destacando a necessidade de ajudar países com muitas reservas florestais.
Perguntado se os EUA irão participar do Fundo Amazônia, disse em um primeiro momento que “acha” que sim, mas que não discutiu isso especificamente na reunião de hoje. Em outro trecho, porém, respondeu que Biden vai integrar o fundo.
“O Brasil não quer transformar a Amazônia em um santuário da humanidade, mas também não quer abrir mão de que é um território soberano”, advertiu o presidente.
“Queremos compartilhar com a ciência mundial um estudo profundo sobre a necessidade da manutenção da Amazônia”, complementou.
Encontro com Biden – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou, durante encontro com o chefe do Executivo brasileiro que a democracia em ambos os países foi testada, com semelhança na agenda de ambos.
“A democracia foi testada em nossos dois países. Nossas agendas mútuas soam muito semelhantes. Afirme o apoio inabalável dos EUA à democracia”, disse Biden.
O líder norte-americano agradeceu o compromisso do presidente brasileiro em promover a parceria entre as nações, o que é bom para os países e para todo mundo.
Em resposta, Lula expôs que o Brasil se isolou por quatro anos, se referindo ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Parabenizo-o por seu discurso do Estado da União. Cairia muito bem se fosse feito no Brasil. Parece que ele desprezava as relações internacionais”.
Biden replicou que parecia familiar, em referência a Donald Trump, ex-presidente dos EUA.
Viagem à África – Questionado por uma jornalista angolana sobre uma ida ao país, Lula informou que está planejando viagem para Angola, África do Sul e Moçambique.
Ele explicou que essa será uma demonstração de que o Brasil irá reatar forte relação com o continente africano.
“O Brasil deve muito de sua cultura ao continente africano. É uma dívida que não pode ser paga em dinheiro. Deve ser paga em troca de ciência, tecnologia, em ajuda que o Brasil pode dar em ponto de vista do desenvolvimento de várias áreas”, ponderou.
“Vamos fazer isso porque é obrigação histórica e humanitária do Brasil manter belíssima relação com o continente africano”, adicionou.
Guerra Rússia x Ucrânia – Quanto à guerra na Ucrânia, avaliou que é necessário que ela tenha um fim o quanto antes, formando um grupo de países que possa negociar diplomaticamente com ambas as nações envolvidas.
“A primeira coisa é terminar a guerra. E, depois, negociar o que vai acontecer no futuro”, ponderou.
Aborto – Quando foi perguntado sobre a questão do aborto, o presidente do Brasil afirmou que essa é uma questão do Congresso Nacional, definido em Constituição.
Assim, não é um assunto a ser levado a discussão pelo “presidente da República”.
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Da Redação com informações da CNN
Foto: Ricardo Stuckert
