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segunda-feira, julho 8, 2024

Criação de moeda comum é discutida entre Lula e presidente da Argentina

Ideia do governo Lula é criar um mecanismo para pagamentos entre os dois países, mas que não seja nem por meio das moedas locais (real e peso argentino) ou pela unificação das duas moedas

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A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao presidente da Argentina, Alberto Fernández, nesta semana, levantou uma discussão sobre a possível criação de uma moeda única entre os dois países. O que de fato trata-se da criação de uma moeda comum entre os dois países.

Durante entrevista, Lula mandou recados em direções diferentes: disse ser favorável à criação de uma moeda comum para transações comerciais entre Brasil e Argentina; disse que o Brasil deve voltar a usar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar obras no exterior; criticou as tentativas de isolar a Venezuela; disse que a comunidade internacional não deve se interferir em Cuba; e que militares brasileiros não devem se envolver na política.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, presente também na viagem à Argentina, afirmou após as polêmicas em torno da moeda comum, que não se trata de uma moeda única, defendida pelo ex-ministro Paulo Guedes, em artigo publicado na revista Época, em dezembro de 2008, mas sim de uma moeda em comum.

A declaração do ministro foi dada a jornalistas, junto ao ministro argentino Sergio Massa, e segundo Haddad, a ideia do governo Lula é criar um mecanismo para pagamentos entre os dois países, mas que não seja nem por meio das moedas locais (real e peso argentino) ou pela unificação das duas moedas. “Nós não estamos defendendo moeda única. Nós estamos defendendo uma engenharia que não seja o pagamento em moedas locais, que não funcionou, mas não chega ao estágio de uma unificação monetária, como é o caso do Euro”, disse o ministro.

O ministro acrescentou que ainda não há um nome para a medida e nem um prazo para sua entrega, já que a forma de execução da proposta ainda está sendo estudada.

Transações comerciais e financeiras – Lula defendeu durante a visita a Argentina que países de mesmos blocos econômicos criem sistemas de transações comerciais e financeiras independentes ao dólar, reforçando a ideia de que os governos brasileiro e argentino estão trabalhando para propor uma moeda comum para o comércio entre os 2 países.

De acordo com o chefe da Fazenda, a medida não depende da situação cambial da Argentina. “A Argentina pode estar cheia de dinheiro daqui dois anos que não vai mudar fato de que uma moeda comum entre os dois países vai fortalecer o comércio exterior da região”, declarou.

O ministro acrescenta que a encomenda dos dois presidentes vêm em uma “situação específica”, em que o Brasil tem perdido mercado para a China por causa das condições de crédito que a China pode oferecer e o Brasil não.

Moeda comum – A possível moeda comum entre Brasil e Argentina será uma divisa virtual e usada, se for mesmo criada, exclusivamente em operações comerciais e financeiras entre os dois países. Isso significa que não está se tratando de eliminar o real brasileiro nem o peso argentino. Essas duas moedas continuarão a existir.

Pelo que explicou Fernando Haddad, portanto, o governo do Brasil não pensa em adotar algum tipo de moeda única no mesmo modelo em que o euro é usado por países europeus.

 

Da Redação com informações Poder360 e BBC

Foto: Agustín Marcarian / Reuters

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