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segunda-feira, julho 8, 2024

Após informar inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões, Americanas nomeia João Guerra Neto como CEO interino

João Guerra era diretor de recursos humanos da companhia e, segundo o documento, tem ampla trajetória nas áreas de tecnologia e recursos humanos

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O conselho de administração da Americanas decidiu eleger João Guerra Duarte Neto para ser o novo Chief Executive Officer (CEO) interino da empresa. A decisão foi tomada na sexta-feira-feira, 13, e publicada nesta segunda-feira, 16/1. Ele também comandará a diretoria de relação com investidores e ficará nos cargos até a primeira reunião do conselho de administração subsequente à assembleia-geral ordinária de 2024.

João Guerra era diretor de recursos humanos da companhia e, segundo o documento, tem ampla trajetória nas áreas de tecnologia e recursos humanos. Ele está há mais de 31 anos na empresa, de 1991 até agora. Antes, trabalhou na rede de postos Ipiranga.

João Guerra assumirá o posto interinamente até a primeira reunião do conselho de administração, em 2024
João Guerra assumirá o posto interinamente até a primeira reunião do conselho de administração subsequente à assembleia-geral ordinária de 2024

O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) concedeu à Americanas na sexta-feira , 13, uma medida de tutela cautelar, a pedido da empresa, depois de a companhia declarar o montante de R$ 40 bilhões em dívidas. A decisão estabelece um prazo de 30 dias para que seja apresentado um pedido de recuperação judicial.  

A Americanas divulgou um comunicado ao mercado na quarta-feira, 11/1 informando inconsistências em lançamentos contábeis de cerca de R$ 20 bilhões. O executivo Sérgio Rial pediu demissão do cargo de CEO da companhia, assim como André Covre, diretor de Relações com Investidores.  

Segundo o balanço financeiro mais recente da Americanas, do 3º trimestre de 2022, a empresa tem 3.601 lojas em mais de 900 cidades. Tinha 40.000 funcionários e 53 milhões de clientes ativos. A decisão da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro disse que a companhia é responsável pela criação de 100 mil empregos diretos e indiretos e recolhimento anual de R$ 2 bilhões em tributos.  

Entre as determinações listadas na decisão do juiz Paulo Assed, da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital, há, também:

  • A suspensão da exigibilidade de todas as obrigações relativas aos instrumentos financeiros” da empresa firmadas com instituições previamente listadas pela Americanas;
  • A suspensão de qualquer arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição sobre os bens”, e de efeitos de inadimplência;
  • o sobrestamento de cláusulas que imponham vencimento antecipado das dívidas da loja; 
  • e a preservação de contratos da loja, inclusive de crédito.

Sergio Rial foi anunciado para comandar a empresa em agosto de 2022, mas assumiu a presidência em 2 de janeiro deste ano. Em 11 de janeiro, pediu demissão do cargo depois de identificar inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões. Ele substituía Miguel Gutierrez, que liderou a companhia varejista por 20 anos.

A CVM determina que haja um auditor independente para os balanços. Desde outubro de 2019, a PwC Brasil passou a ter essa função, em substituição à KPMG. A empresa aprovou os balanços da Americanas sem ressalvas em 2021. A PwC, que disse não falar sobre casos de clientes. 

Investigação – O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) abriu na sexta-feira, 13/1) um procedimento para apurar indícios de “insider trading”, que é o uso de informações privilegiadas para obter lucros e vantagens no mercado financeiro.

Diretores da Americanas teriam vendido mais de R$ 210 milhões em ações da empresa no 2º semestre de 2022, logo depois do anúncio de que Sergio Rial comandaria a empresa em janeiro de 2023.

O MPF-SP quer saber se os sócios majoritários da Americanas tinham algum conhecimento sobre a situação financeira da empresa no momento da venda.

Inconsistência – Em vídeo, Sergio Rial disse que tomou posse em 2 de janeiro e declarou não conseguir responder a todos os questionamentos sobre as inconsistências. No entanto, afirmou que ajudará a empresa, mesmo estando fora. Também declarou que não é um tema só de 2022, mas de “vários anos passados”.

“Não sou capaz neste momento de poder dizer a você de quando começou [essas inconsistências]”, disse.

O ex-presidente da Americanas afirmou que há problemáticas no risco-sacado, também conhecido por adiantamento aos fornecedores ou confirme. “Nada mais é que a presença do banco na estrutura de financiamento na conta fornecedor da empresa. […] Eu percebo que boa parte dessa conta-fornecedor das Americanas era, essencialmente, dívida bancária, que, portanto, terá que ser recatalogada como tal. Obviamente, a ser chancelada pela auditoria externa”, afirmou.

Da Redação com informações Poder360

Foto: Divulgação

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