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quinta-feira, novembro 21, 2024

Retrospectiva 2022: Polêmicas na gestão de David Reis à frente da CMM e discussões acaloradas no Parlamento marcam o ano legislativo

O ano de 2022 foi marcado por polêmicas na condução da diretoria da Casa Legislativa a “bate-boca” entre parlamentares e fechamento de muitos contratos novos e aditivados. Confira a retrospectiva da CMM deste ano

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Uma direção um tanto quanto “conflituosa, polêmica e desastrosa” marcou a passagem do vereador David Reis (Avante) à frente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), no biênio 2021-2022. Escolhido pela maioria dos parlamentares da Casa Legislativa, em janeiro de 2021, logo no início da 18ª legislatura, Reis se mostrou contrário ao que o cargo de presidente de um Parlamento pede ou exige, principalmente no que diz respeito ao diálogo entre os pares na tomada de decisão para o bem comum da CMM. Mas não foram só as ações de David Reis que chamaram atenção neste ano. Muitas discussões acaloradas também marcaram o ano legislativo.

Entre as maiores polêmicas e que viraram manchete nacional na atual gestão da CMM, que se encerra no próximo dia 31 de dezembro, esteve a possível manobra de “burlar” o Regimento Interno da CMM e a Lei Orgânica do Município de Manaus (Loman), para continuar sendo o presidente da Casa no próximo biênio (2023/2024), sem que houvesse uma eleição, o que não é permitido na mesma legislatura e que também ficou muito “feio” para David Reis e desgastou ainda mais sua imagem na condução do Parlamento Municipal nesse período.

A possível burla se deu logo após Reis perder as eleições, em que estava como candidato a deputado federal. Sem sucesso nas urnas, Reis tentou se emplacar na direção da Casa novamente. Porém, a tentativa de Reis foi barrada no momento em que 20 parlamentares assinaram um documento para impedir que a manobra fosse concretizada e que David Reis permanecesse no comando da CMM. Os parlamentares conseguiram reverter a situação e eleger o vereador Caio André (PSC) para assumir o controle da CMM nos próximos dois anos (2023-2024), por 22 votos contra 19 de seu adversário, o vereador Elan Alencar (Pros), no último dia 5 de dezembro.

Sobre a gestão de Reis ainda neste ano, também houve a questão da compra de kits selfies, que viraram notícia na mídia local e nacional, bem como se tornou alvo do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), por suspeita de superfaturamento no preço dos itens que compunham os kits, entre eles, câmeras fotográficas, microfones, mochilas, dentre outros itens ao custo de mais de R$ 630 mil, em março deste ano.

Também houve outras denúncias que pesaram sobre o nome de David Reis. Uma delas foi quanto o vereador ter em seu gabinete um funcionário agressor de mulheres. Após a contratação ser questionada na tribuna da CMM, pelo vereador Rodrigo Guedes (Republicanos), o parlamentar exonerou o servidor no mesmo dia. Houve, ainda, denúncia de que Reis não estava cumprindo com o pagamento do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores do Parlamento Municipal.

Contratos – No mês de maio deste ano, mais um contrato formalizado entre a CMM e a empresa J. C. S. Comércio e Serviços de Energia Solar Ltda., para instalações de painéis solares, também entrou na mira do TCE-AM, sob suspeita de irregularidades. O contrato, no valor de mais de R$ 5,1 milhões, foi denunciado ao TCE, por a empresa não ter capacidade técnica para implementar o sistema de painéis solares, uma vez que a empresa tem um patrimônio de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), e “dificilmente terá lastro financeiro para obtenção da vultosa quantidade de equipamentos” necessários para a instalação do sistema na CMM, apontava a denúncia.

EndividamentoAinda assim, com muitas contratações e aditivos em contratos vigentes, David Reis também deve deixar à Presidência da CMM comprometida com seu orçamento e cerca de mais de R$ 34,3 milhões na Casa Legislativa. O valor pode ser superior ao montante, porém a CMM ainda não fez a publicação do relatório atual que dispõe sobre o último quadrimestre do ano.

Discussões acaloradas – As sessões plenárias neste ano também ultrapassaram a política da “boa vizinhança no Parlamento”. Em uma sessão em que os discursos estavam bem acalorados, no dia 8 de junho deste ano, sobre mudanças no Plano Plurianual e da implantação de ônibus elétricos no sistema de transporte de Manaus, a vereadora Glória Carratte (PL) chamou o vereador Amom Mandel (Cidadania) de “menino” e que os demais deveriam ignorar Amom. O áudio só foi possível ser ouvido por quem acompanhava a transmissão via redes sociais da CMM.

“Bora continuar. É mana, ignora já esse menino”, disse Glória Carratte respondendo a outra pessoa que estava à Mesa, possivelmente a procuradora da Casa Legislativa, que reclamava da demora. Glória estava se referindo a Amom, na ocasião desta fala.

Nesta mesma sessão Amom Mandel e Marcelo Serafim (Avante) também se alfinetaram e propuseram um ao outro um “desafio”, de que falassem a verdade sobre as propostas que estavam sendo votadas.

As discussões acaloradas não pararam por aí, uma outra sessão também teve embate entre Amom e David Reis, sobre a zoada paralela que ocorria no Parlamento, enquanto Amom discursava, o que gerou uma troca de farpas entre os dois parlamentares.

E se você pensa que as farpas entre os parlamentares parou por aí, não parou. Reis também se estressou com Guedes, em uma sessão realizada no dia 22 de agosto, e mandou seu par “se mancar”. Os dois se encararam na ocasião, e David Reis deixou naquele momento a sessão. Na ocasião, Guedes pedia retratação de Reis com os garis, que reclamaram na CMM por não receberem seus direitos trabalhistas da empresa Mamute.

O vereador Sassá da Construção Civil (PT) também protagonizou alguns momentos “quentes” em discussões no plenário da CMM. Sassá chamou o ex-candidato ao Senado, Coronel Menezes, de puxa-saco do atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).

Disse, ainda, que não faria palanque para o ex-candidato a governador do Amazonas, Eduardo Braga (MDB), que estava sendo apoiado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por ele ter votado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

O parlamentar também cobrou o cumprimento de uma promessa feita pelo atual vice-presidente, o general Hamilton Mourão, que comece uma boina, ao não conseguir o asfaltamento da BR-319, ao longo dessa gestão iniciada em 2019 e finalizada agora em 31 de dezembro. Promessa esta feita por Mourão durante a campanha eleitoral de 2018.

Sassá também pegou “ralho” no Parlamento da vereadora Professora Jacqueline Pinheiro (União Brasil) ao discordar com as cotas para mulheres na política.

 

Da Redação

Fotos: Divulgação / Ilustração: Marcus Reis

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