Nesta sexta-feira, 22/7, a pré-candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, afirmou que está convicta que sua candidatura será mantida mesmo em meio ao racha do partido sobre um possível apoio ao candidato e ex-presidente Lula (PT) já no primeiro turno.
Na terça-feira,19/7, líderes do MDB pediram ao ex-presidente Michel Temer que encaminhasse ao presidente da sigla, Baleia Rossi, o adiamento da convenção do partido no dia 27 de julho que vai confirmar Tebet como candidata à Presidência.
“Não tenho medo de cara feia, quanto mais bater, vai mais me dar ânimo para continuar. Estou convicta de que nossa candidatura a partir do dia 27 desse mês com apoio da federação PSDB, Cidadania e MDB vai começar uma nova jornada. Não vão tirar a única mulher hoje competitiva e espaço de fala no momento em que o Brasil mais precisa. Que Brasil nós mulheres queremos para nossos filhos e nossos companheiros?” questionou a pré-candidata durante evento com o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), no Diretório Municipal do PSDB na cidade do ABC paulista
A proposta de líderes do MDB é a de que o evento aconteça em 5 de agosto, última dia previsto para convenções partidárias, segundo o calendário definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Antes mesmo de receber a proposta oficialmente, Rossi já negou a possibilidade de mudança. Um dia depois, Rossi recebeu Temer e disse que a data inicial da convenção foi decida de forma unânime.
Em seu Twitter, o presidente do partido afirmou: “MDB, PSDB e Cidadania, que atendem pelo nome de CENTRO DEMOCRÁTICO decidiram que suas convenções nacionais para homologar Simone Tebet como candidata à Presidência do Brasil serão no dia 27 de julho. Esta data está mantida. #SiimoneSIM”.
Já o senador Renan Calheiros disse nesta sexta,22, que “sem diálogo, sem avaliações realistas sobre o desempenho da pré-candidatura, sem competitividade nas pesquisas é insanidade sacrificar o MDB nos estados. A persistir a obsessão não restará alternativa senão a judicialização da própria convenção”.
Mas o apoio a Lula não é unânime. Na terça, o MDB divulgou uma nota assinada por dirigentes de 19 estados, na qual reitera o apoio à senadora. Rossi e a Secretaria Nacional do MDB Mulher também assinam o documento.
Na mesma terça-feira, encontro reuniu os senadores Eduardo Braga (AM), Renan Calheiros (AL), Rose de Freitas (MG), Marcelo Castro (PI), d deputado federal Isnaldo Bulhões (AL), o ex-deputado Moreira Franco, e o ex-presidente Michel Temer. A conversa ocorreu no Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo, no escritório de Temer.
Na saída, Temer afirmou que foram apresentados dois pedidos a ele na conversa. “Vieram pleitear que eu ajudasse na possibilidade de uma eventual prorrogação da data da convenção que está ajustada para o dia 27. E, segundo, pretendem que se faça uma convenção presencial. Disse a eles que iria conversar com o presidente Baleia Rossi e outros membros da Executiva e verificar essa possibilidade. E especialmente sugerir ao Baleia que faça uma reunião com o grupo do MDB, que conversem”, disse.
Sobre um racha interno no partido, o ex-presidente disse que “divergências internas são ajustadas por meio de conversações, por meio de diálogo”.
Renan disse a jornalistas após a reunião com Temer que defendem que “se marque a convenção no ultimo dia do prazo para que possamos conversar, o objetivo é tentar resgatar a instância de conversação”.
“Não dá para pressupor jamais um partido como o MDB querer apressadamente homologar uma candidatura própria sem viabilidade eleitoral, com 11 diretórios assinando uma posição que é característica do momento que estamos vivendo no Brasil, de polarização. A candidatura própria é sempre defensável, desde que ultrapasse o pressuposto da competividade”, afirmou.
Nas últimas eleições gerais, falou Renan, “apresentamos um candidato sem competitividade, o Meirelles, e o preço que pagamos foi a redução da nossa bancada na Câmara para a metade, e a redução da bancada no Senado para metade. O MDB sempre foi um partido importante e tem perdido importância justamente pela diminuição da bancada”.
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Da Redação com informações do G1
Foto: Sérgio Lima/Poder360