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sexta-feira, julho 5, 2024

Roraima: Mulher perde bebê e denuncia negligência médica em maternidade do Governo do estado

Caso ocorreu no último dia 14 de julho, após a mulher ir pela primeira vez à maternidade e ser liberada pela equipe médica e após retornar em quatro dias seu bebê já estava morto

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O que era para ser um momento de alegria se tornou em tristeza para a auxiliar de serviços gerais, Irislene Neres Rodrigues, 26 anos, que perdeu seu bebê no momento do parto no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, de responsabilidade do Governo de Roraima, comandado por Antonio Denarium (PP). Irislene Rodrigues alega negligência médica e afirma que vai à Justiça denunciar o caso.

Ao contar sobre a situação, Irislene ainda muito abalada, disse que estava com 39 semanas de gestação e ao chegar à maternidade, ocorreu uma série de situações desagradáveis, inclusive a falta de cuidado por parte dos profissionais, que começou desde a entrada.

A auxiliar de serviços relatou que no dia 10 de julho, começou a ter um sangramento, então se deslocou até a maternidade em busca de atendimento, mas ao chegar na unidade foi mandada de volta para casa, porque segundo a equipe médica ela ainda “não tinha dilatação” para a realização do parto.

De volta em casa, após quatro dias, o sangramento continuava, então Irislene retornou pela segunda vez à maternidade, no dia 14 de julho, temendo que algo estivesse errado com o seu bebê, pois além do sangramento escorria um líquido também. Mesmo nessas condições, a paciente ficou esperando 3h para ser atendida.

“Ao ser atendida, eu disse que não estava sentindo dores fortes, somente cólicas. Então, fizeram o toque e o médico disse que estava com três centímetros. Eu ouvi o coração da neném, estava em 140 o batimento. Eles falaram que eu iria ser internada e passaram uma ultrassom. Nesse momento, fui para um corredor aguardar por horas a boa vontade deles me atenderem”, lamentou.

Após isso, a auxiliar de serviços gerais foi novamente examinada por uma médica, que constatou pouca quantidade de líquido na placenta. “Nessa hora ao invés deles me levarem logo para a sala de cirurgia, não, me mandaram de volta para aguardar o dia todo em uma poltrona até o médico chegar para fazer a minha cirurgia. Quando ele chegou já estava espantado dizendo: você vai para cesárea, seu bebê está com variação, o sangue não está circulando direito”, lembrou ela.

Ao chegar na sala para a realização da cesárea, por volta das 20h do dia 14, Irislene lembra que houve outra demora. “Eles estavam discutindo na minha frente porque um deles colocou errado a sonda. Depois ficaram conversando sobre quem seria exonerado e outros assuntos aleatórios. Além disso, demorou até o anestesista chegar. Quando finalmente foram fazer o parto, meu bebê saiu morto”, lamentou.

Para Irislene, o atendimento na maternidade tem que ser humanizado com mais respeito pelas pessoas que vão à unidade de saúde e que, na maioria das vezes, se encontram vulneráveis.

“O atendimento lá é horrível. Não era só eu. Tinha uma mulher lá com oito dias esperando para se submeter a uma cirurgia. Eles querem porque querem que a mulher esteja normal. Eles têm que entender que estão lidando com vidas, ninguém tem de esperar por nada não”, disse, ao acrescentar que já está acionando um advogado para entrar na Justiça contra o Estado.

Retorno – A equipe de reportagem do Portal O Convergente solicitou informações ao Governo de Roraima, sobre a denúncia feita pela auxiliar de serviços gerais, mas até a publicação da matéria não houve retorno das informações.

 

Da Redação

Foto: Secom / RR

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