Em discurso realizado nessa quarta-feira, 27/4, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se confundiu e chamou a si mesmo de mentiroso ao afirmar que “temos um chefe do Executivo que mente”. De acordo com a Constituição, ‘o principal representante do Executivo é o presidente da República’.
A fala de Bolsonaro ocorreu durante evento político de apoio ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), beneficiado por indulto concedido pelo presidente, após ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a cumprir pena de 8 anos e 9 meses, em regime fechado, por atos antidemocráticos.
“Temos um chefe do Executivo que mente. E eles convidaram as Forças Armadas a participar do processo. Será que ele se esqueceu que o chefe supremo das Forças Armadas se chama Jair Messias Bolsonaro?”, argumentou Bolsonaro.
Na ocasião, ele se referia ao ministro Luís Roberto Barroso, que, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), convidou as Forças Armadas em 2021 a integrar comitê de transparência das eleições.
Bolsonaro acusou Barroso de mentir ao dizer que era sigiloso inquérito da Polícia Federal divulgado na íntegra pelo presidente nas redes sociais em 4 de agosto de 2021.
O inquérito apura suposto ataque ao sistema interno do TSE em 2018 — e que, conforme o próprio tribunal, não representou qualquer risco às eleições. O ato resultou na abertura de um inquérito por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Barroso disse em fevereiro que as informações sigilosas vazadas por Bolsonaro “auxiliam milícias digitais e hackers de todo o mundo”.
Também em fevereiro, a Polícia Federal concluiu que houve crime quando, na live de agosto, o presidente Jair Bolsonaro divulgou informações sigilosas de uma investigação. A PF, no entanto, não indiciou o presidente, sob a justificativa de que ele tem foro privilegiado.
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Da Redação com informações do G1
Foto: Alan Santos/PR