Os partidos União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania concordaram, durante reunião realizada nessa quarta-feira, 6/4, em anunciar, no dia 18 de maio, um único “candidato de consenso” para disputar as eleições presidenciais deste ano. A ideia é juntar os votos dos pré-candidatos de “terceira via”, como João Doria (PSDB) e Simone Tebet (MDB), por exemplo, em torno de um único nome a ser escolhido pelas quatro siglas partidárias.
A reunião ocorreu em Brasília e os presidentes das siglas conversarem sobre o nome que irá concorrer à Presidência da República se opondo tanto ao presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) quanto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Após o encontro, os quatro presidentes nacionais das legendas assinaram uma nota conjunta confirmando que o anúncio do candidato único será feito em Brasília. Ainda na reunião, Luciano Bivar, do União Brasil, disse que anunciará um nome para “apreciação desse conjunto de forças políticas”.
No documento, o grupo de partidos ainda conclama “outras forças políticas democráticas para que possam se incorporar a esse projeto em defesa do Brasil e de todos os brasileiros”.
Leia abaixo a íntegra:
União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania, reunidos hoje, 6/4, em Brasília, reafirmam tratativas para apresentar um candidato(a) à Presidência da República como a alternativa no campo democrático.
No próximo dia 14/04, quinta-feira, o União Brasil confirmará o nome do Partido para apreciação desse conjunto de forças políticas. O candidato(a) de consenso será anunciado(a) no dia 18/05, quarta-feira em Brasília.
Conclamamos outras forças políticas democráticas para que possam se incorporar a esse projeto em defesa do Brasil e de todos os brasileiros.
Queremos candidatura que seja “a alternativa”, diz presidente do União Brasil
Após o anúncio da data em que o candidato da sigla será anunciado, o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, defendeu, em entrevista coletiva, a construção de uma via única.
“Mais de 50% de eleitores no Brasil estão indecisos. Então acho que isso vai de encontro a nós também, que queremos ter uma candidatura que seja a alternativa”, afirmou.
Bivar não confirmou qual será o destino do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, recém-filiado ao partido. “Todos que são filiados ao partido são suscetíveis, em uma discussão ampla, de ser levado em consideração.”
Disputa pelo “centro”
A decisão de anunciar um único candidato para representar os quatro principais partidos que se articulam em busca do voto da terceira via acontece após uma semana decisiva de movimentações políticas, em que foram anunciadas desistências da disputa presidencial e trocas de partido.
Na última quinta-feira (31), o ex-juiz Sergio Moro se desfiliou do Podemos, partido pelo qual figurava como pré-candidato ao Planalto, e surpreendeu dirigentes da legenda. Moro agora passou a integrar o União Brasil.
Um dia depois do anúncio, o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro fez um pronunciamento e afirmou que “não será candidato a deputado federal”, mas reiterou que “não desistiu de nada”.
Já João Doria, vencedor das prévias do PSDB para definir o candidato da legenda à Presidência, ter ameaçado desistir da corrida eleitoral. O tucano, no entanto, acabou renunciando ao cargo de governador de São Paulo para se manter na disputa presidencial.
Outra peça chave do PSDB, o gaúcho Eduardo Leite, também deixou o cargo de governador para poder ser candidato a outros cargos — inclusive ao de presidente da República —, e disse que se apresenta como “representante de uma nação”.
Leite ainda reafirmou que respeita o resultado das prévias tucanas, em que foi derrotado por Doria. Nesta quarta-feira (6), o ex-governador do Rio Grande do Sul declarou que se reuniu com a pré-candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) para construir uma convergência entre as legendas da terceira via.
Desistência de candidatos
No início do mês, o presidente do Senado e então pré-candidato Rodrigo Pacheco (PSD) anunciou a desistência do projeto presidencial. “Tenho que me dedicar a conduzir o Senado para a tão desejada recuperação e reconstrução desse país”, disse Pacheco em anúncio do plenário da Casa que lidera no último dia 9 de março.
Três dias depois o também senador Alessandro Vieira (PSDB) anunciou sua desfiliação ao Cidadania e, no dia seguinte, confirmou o abandono da pré-candidatura. “Não existe nenhuma possibilidade de permanência na disputa pela Presidência da República, isso já é passado nessa trajetória política que eu venho exercendo”, disse o senador em entrevista à CNN.
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Da Redação com informações da CNN
Foto: Luiz Cervi/Divulgação