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sexta-feira, setembro 6, 2024

‘O empoderamento é uma postura de poder’, diz socióloga Maria Rute Luna em entrevista sobre governança e empoderamento feminino

A socióloga também falou sobre a luta e a coragem das mulheres de antigamente, que desempenharam um papel fundamental na história da humanidade, pavimentando um caminho de lutas e conquistas para as mulheres de hoje

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Seguindo a programação especial na Semana da Mulher do Portal O Convergente, a entrevista desta quarta-feira, 9/3, para o quadro “Debate, Política e Poder”, foi com a socióloga e mestra em Política Social da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Maria Rute Luna. Durante o bate-papo, transmitido ao vivo nas redes sociais, a convidada falou sobre temas importantes como governança, política e empoderamento feminino.

Ao ser questionada pela apresentadora Erica Lima sobre o significado da palavra ‘empoderamento’, Maria Rute explicou que o empoderamento está relacionado com uma postura de poder. “Quando se fala de ‘empoderamento feminino’, que está ligado à liberdade da mulher, também está relacionado com essa questão de poder. É quando a mulher não se sente inferiorizada e passa a assumir uma postura de relações, de tomadas de decisões e autoridade dentro dos mais diversos espaços, tanto públicos quanto privados”, destacou a socióloga.

Para Maria Rute Luna, ainda que a mulher esteja ocupando espaços e cargos em diversas instituições, tanto na esfera política quanto na econômica, ainda não alcançou o patamar esperado. “A distribuição dos direitos iguais ainda não ocorre na sociedade. O salário da mulher continua sendo inferior ao do homem, por mais que ela ocupe o mesmo cargo. E isso pode ser comprovado através de pesquisas, de estatísticas. […] O empoderamento feminino, em algum momento, ainda se torna uma questão não válida. O machismo está camuflado, mas ainda existe”, pontuou a mestra em Política Social da Ufam.

Direitos iguais para quem? – Nas eleições passadas, o Amazonas foi o estado brasileiro que menos elegeu mulheres a cargos públicos. Segundo Luna, essa é uma questão que ainda está muito intrínseca, pois vivemos em uma sociedade patriarcal, e dentro dessa sociedade permeiam as relações machistas, onde o homem geralmente é quem detém o poder.

“A explicação disso é histórica e cultural. Nós, mulheres, somos educadas para acreditar que o homem foi feito para ocupar espaços públicos e a mulher para ocupar espaços privados [domésticos]. Então foi se criando no consciente coletivo essa ideia de que mulher não vota em mulher, que mulher não pode ocupar cargos públicos”, salientou Maria Rute, que agora passa a ser umas das colunistas e comentaristas do Portal O Convergente.

Ligando o empoderamento à governança, Maria Rute ressalta, ainda, que “governança é ocupar um espaço de poder” e destaca que as mulheres podem, sim, exercer essas relações e ocupar cargos majoritários onde há prevalência de homens. A socióloga também falou sobre a luta e a coragem das mulheres de antigamente, que desempenharam um papel fundamental na história da humanidade, pavimentando um caminho de lutas e conquistas para as mulheres de hoje.

Ciências políticas – Na ocasião, a mestra em Política Social também defendeu a importância da disciplina ‘Ciências Políticas’ ser aplicada no sistema de educação de base. “As pessoas precisam tomar consciência do que é ser político, do que é democracia, do que é poder. Dizem que política não se discute, mas política se discute, sim!”, argumentou Maria Rute Luna durante a entrevista.

Confira a entrevista completa:

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Por Narel Desiree
Capa/Fotos: Marcus Reis

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